quarta-feira, 1 de junho de 2016

SER MULHER NUM MUNDO DE HOMENS

Declaração Universal dos Direitos do Homem.Artigo1º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” 

MÁRCIA PINTO
Contudo, são ainda milhões de mulheres que se veem privadas da sua dignidade, direitos e liberdade. Sempre que penso que algumas são consideradas propriedade de alguém sinto um nó no estômago. Há mulheres que continuam a ser transacionadas como mercadorias, mutiladas, violadas, assassinadas e o mundo assiste impávido e sereno. Aplicam-se sansões económicas por tudo e mais alguma coisa mas para se fazer valer os direitos humanos não se aplicam sanções nenhumas. 

A sociedade contemporânea está a mergulhar nas reais diferenças entre homens e mulheres. Além das diferenças fisiológicas, existem também diferenças na maneira de pensar, falar e de comportamento.

A mulher tende a possuir, tradicionalmente, um vínculo familiar mais estreito que o homem. Ela sempre foi a responsável emocional pela casa, pelo cuidado com os filhos e por incentivar a união. E com o tempo, à medida que foi conquistando os seus direitos, os papéis foram sendo revistos, foi desta forma que começou, cada vez mais, a ganhar o seu espaço e a vincar a sua posição na sociedade, até então dominado por homens.

Neste sentido levanta-se a questão da responsabilidade do lar, como ficará? Apesar da união familiar normal entre o homem e a mulher, não foi, necessariamente, uma maior partilha das atividades do lar que a possibilitou construir carreiras de sucesso, mas sim a sua capacidade de organização e entrega.

Ela define as metas do novo projeto, avalia a evolução dos lucros com a última campanha, faz uma apresentação de soluções ao presidente da empresa, leva o filho para a natação, passa no supermercado, prepara o jantar, estuda os artigos da pós-graduação, bebe um copo de vinho com o marido, e no outro dia acorda cedo, disposta a fazer tudo novamente.

Assim, as mulheres estão a ocupar cada vez mais o mercado de trabalho, mas a sociedade ainda funciona como se todas as mulheres fossem simplesmente donas de casa.

Neste sentido, embora o papel da mulher na sociedade se tenha tornando cada vez maior e melhor, ainda existem muitos desafios para serem ultrapassados. É preciso, pois, combater a cultura machista na sociedade (e isso não significa “combater os homens”!), melhorar o acesso das mulheres a postos de trabalho e cargos elegíveis, promover melhores salários, efetivar o direito da mulher sobre o seu próprio corpo e sobre a sua liberdade individual, além de efetivar a proteção de mulheres ameaçadas nas mais diversas situações do quotidiano.

Os desafios são grandes, mas quanto menor for a resistência das pessoas no sentido de questionar ou combater as causas femininas, mais abrangente e melhor será a construção de uma sociedade mais igualitária. Trata-se de uma missão a ser concluída por toda a sociedade, tanto pelas mulheres quanto pelos homens.

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