PAULO SANTOS SILVA |
Da euforia à depressão, em dois segundos…
Sem dúvida que um dos temas da atualidade, é o Euro2016 de futebol, que se realiza em França por estes dias.
Mais do que o Euro em si, a nós importa a campanha da nossa seleção (podia a ser a seleção do Jorge Mendes, mas eu quero continuar a acreditar que ainda é a nossa…)
Como bons herdeiros do que eu chamaria o espírito “tuga” que somos, passamos da euforia à depressão em dois segundos. Tanto vamos ser campeões europeus, como basta um empate no primeiro jogo para passar a ser tudo “uma vergonha” e “o Ronaldo só joga bem no clube, porque na seleção é um egoísta, um guloso, acha-se melhor que os outros…”
Meus amigos, o Ronaldo não se acha melhor do que os outros. O Ronaldo é melhor do que os outros. Joga sozinho?... Não, não joga. Precisa de maior liberdade tática do que outros?.... Na minha modesta opinião, precisa. Ronaldo é um daqueles (raros) jogadores que numa jogada de inspiração, pode decidir um jogo. Precisa de um coletivo que se organize em função daquilo que é capaz de produzir em conjunto, sabendo que tem um Joker que a qualquer momento pode ser usado. Era assim, a Argentina de Maradona, como é a Argentina de Messi, ou mesmo o Barcelona. Um coletivo forte, que sabe que tem uma individualidade que a qualquer momento pode explodir.
Posto isto, uma profissão de fé em dia de jogo. Acredito que Portugal vai “explodir” com a Hungria e vai acabar com a malapata que demonstrou nos dois jogos anteriores, onde rematou 50 vezes e apenas marcou 1 golo. Se dúvidas há, leia-se o que diz a imprensa estrangeira acerca dos jogos contra a Islândia e contra a Áustria. Opiniões bem mais isentas, imparciais e muito menos clubistas do que as que são publicadas nos nossos órgãos de comunicação.
Se houve algum mérito que podemos atribuir a Scolari (eu atribuo muitos…), o maior será certamente o de ter unido os portugueses em redor da Seleção, como o desígnio futebolístico mor do país, independentemente dos jogadores representarem o clube A, B ou C.
Nenhum dos seus sucessores, o conseguiu até agora. Acredito que Fernando Santos ainda vai a tempo de o conseguir. Há, no entanto, aspetos sobre os quais importa refletir. O mais importante de todos, na minha opinião, é a questão do avançado centro.
Desde Pauleta (que convém relembrar, nunca foi um bem-amado pela crítica), nunca mais houve um avançado digno desse nome de nacionalidade portuguesa. Curioso é que Pauleta nunca jogou na 1ª Liga em Portugal, quanto mais num dos grandes. Se olharmos para os três primeiros classificados da nossa Liga, facilmente vemos que nem Benfica (Jonas, Mitroglou e Jimenez), nem Sporting (Slimani e Teo Gutierrez), nem Porto (Aboubakar e Suk), têm feito apostas consistentes em avançados centro portugueses, que possam ser aproveitados pela Seleção Nacional. A ver vamos se a aposta de final de época do Porto em André Silva, será para valer. Assim se espera.
No entanto e para terminar, reafirmo a minha convicção de que a Seleção Nacional vai fazer um grande jogo contra a Hungria, vai vencer o seu grupo e vai acabar por fazer um grande Europeu. De onde vem essa convicção?... De momentos como este que o convido a recordar:
Play-off de apuramento para o Mundial 2014. Suécia-Portugal. 2-3. Reveja…
PS – Li isto numa rede social e subscrevo na íntegra – “Se os portugueses fossem tão exigentes com os seus políticos como são com Cristiano Ronaldo, este país estaria certamente melhor!...”
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