RUI CANOSSA |
Em novembro de 2013, o governo PSD/CDS lançava a Estratégia de Fomento Industrial para o Crescimento e Emprego, desafiando as exportações portuguesas a superarem 50% do produto interno bruto até 2020.
Para um país pequeno como Portugal, que tem um mercado interno muito limitado, a internacionalização é a única forma de proporcionar um crescimento económico e um desenvolvimento sustentáveis. Neste aspeto, ao nível do comércio externo as exportações caíram, 3.9% depois de anos de crescimento, tendo as importações recuado 0.8%, podendo agravar o défice comercial. Todos queremos muitas mais empresas portuguesas a exportarem para o mundo e a venderem mais produtos e serviços nos mercados internacionais, a criarem cada vez mais valor para Portugal. Ora, só com mais e melhor investimento seremos capazes de sustentar um forte crescimento das exportações.
Mas, para onde exportar? É óbvio que a seleção dos mercados é algo que cabe a cada empresa, são as empresas que definem as suas estratégias comerciais. A Europa tem sido e continuará a ser um destino das nossas exportações, mas há que estar atento a situações emergentes como a do Irão que, com o fim das sanções económicas, começa a abrir-se à globalização. O mercado angolano e brasileiro têm apresentado algumas contrariedades que poderão ser ultrapassadas por uma maior diversificação dos mercados. Os empresários portugueses têm tido um excelente mérito de ter conseguido duplicar em cinco anos as exportações para os EUA.
Portugal continua no radar dos investidores. A recuperação que o país fez nos últimos anos é amplamente reconhecida o que nos fez ganhar credibilidade. A atual geringonça pode ser entendida em sentido contrário. Outros fatores de atratividade têm sido o facto de ser um país seguro, com um bom clima e começa a estar no mapa das infraestruturas tecnológicas. Além destes, Portugal tem outras vantagens competitivas como as redes de telecomunicações e logística de topo e as próprias infraestruturas físicas como as cias rodoviárias, os portos e aeroportos, além das boas universidades de engenharias e de gestão. Cerca de 80% da população mais jovem fala duas línguas, sendo uma delas o inglês, a língua da globalização.
Para um dos meus criadores preferidos, Luís Onofre, disse que “ainda nos faltam marcas que procurem projeção internacional e esse aumento tem de ser o principal objetivo a curto e médio prazo. O reforço da posição depende da criação de marcas próprias que apostem na qualidade, serviço e comunicação”. De facto, apenas 20mil empresas vendem para fora, o que significa que cerca de 90% das empresas com nove ou mais trabalhadores estão exclusivamente, viradas para o mercado interno e daquelas muitas não têm marcas próprias.
Portugal tem vindo a tornar-se mais competitivo nos vários rankings de competitividade, mas no mundo competitivo em que vivemos não podemos baixar os braços. Como diria Fernando Pessoa: “E outra vez conquistemos a Distância – Do mar ou outra, mas que seja nossa”
No próximo artigo irei abordar a questão do Brexit na nossa economia!
Sem comentários:
Enviar um comentário