terça-feira, 7 de junho de 2016

ACUPUNTURA JÁ NÃO É COISA DE CHINESES

MARCELO PEREIRA 
Acupuntura (do latim acus - agulha e punctura - colocação ) é um ramo da medicina tradicional chinesa (MTC) e, de acordo com a nova terminologia da OMS - Organização Mundial da Saúde,é um método de tratamento complementar. 

O tratamento mediante acupuntura consiste no diagnóstico e na aplicação de agulhas em pontos definidos do corpo. Chamados de "Pontos de Acupuntura" ou "Acupontos" que se distribuem principalmente sobre linhas chamadas "meridianos chineses" , para obter diferentes efeitos terapêuticos conforme o caso tratado. Também são utilizadas outras técnicas alternativas ou complementares, sendo as mais conhecidas a moxabustão (aplicação de calor sobre os acupontos ou meridianos), a auriculoterapia. A acupuntura chinesa, por seu histórico milenar, acabou por desenvolver escolas específicas em países próximos da China, dando origem ao shiatsu (espécie de massagem).

Com as tecnologias modernas a acupuntura vem agregando recursos como a eletricidade (eletroacupuntura), estimulação com laser com agulhas mais seguras e práticas, cristais stiper ("Stimulation and Permanency" - Estimulação Permanente).

É fundamental compreender que, apesar do uso de recursos tecnológicos atuais, a acupuntura que se realiza hoje é bem semelhante à forma como era realizada nos primórdios da civilização chinesa unificada pela Dinastia Han, utilizando um raciocínio absolutamente estranho à medicina ocidental moderna, análogo talvez à medicina grego-hipocrática e outras formas de medicina oriental. Observe-se que os mapas de meridianos ultrapassaram milênios chegando quase intocados aos dias atuais; o raciocínio que se desenvolve na verificação e tratamento dos problemas práticos apresentados nos consultórios é baseado em conceitos que soam estranhos aos ocidentais, como os cinco elementos, o tao (equilíbrio entre yin e yang), o fluxo de chi (a grosso modo traduzido como energia vital) e xué (a grosso modo traduzido como sangue), zang (traduzido como órgão por inexistência de palavra adequada) e fu (literalmente oco, mas geralmente traduzido como víscera).Por outro lado, os maiores entraves à sua compreensão como ciência são exatamente essas crenças tradicionais, para as quais ainda não há consenso quanto à formas de investigação experimental, além da sua referida descrição e pesquisa histórico-antropológica de práticas e textos tradicionais. As aplicações mais específicas das antigas tradições, vem se desenvolvendo, como veremos, com o uso acupuntura nos diversos campos da área de saúde.

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