quarta-feira, 15 de junho de 2016

MAIS EXPORTAÇÕES, POR FAVOR

RUI CANOSSA
Para um país pequeno como Portugal, que tem um mercado interno muito limitado, a internacionalização é a única forma de proporcionar um crescimento económico e um desenvolvimento sustentáveis. Neste aspeto, ao nível do comércio externo as exportações caíram, 3.9% depois de anos de crescimento, tendo as importações recuado 0.8%, podendo agravar o défice comercial. Todos queremos muitas mais empresas portuguesas a exportarem para o mundo e a venderem mais produtos e serviços nos mercados internacionais, a criarem cada vez mais valor para Portugal. Ora, só com mais e melhor investimento seremos capazes de sustentar um forte crescimento das exportações.

Mas, para onde exportar? É óbvio que a seleção dos mercados é algo que cabe a cada empresa, são as empresas que definem as suas estratégias comerciais. A Europa tem sido e continuará a ser um destino das nossas exportações, mas há que estar atento a situações emergentes como a do Irão que, com o fim das sanções económicas, começa a abrir-se à globalização. O mercado angolano e brasileiro têm apresentado algumas contrariedades que poderão ser ultrapassadas por uma maior diversificação dos mercados. Os empresários portugueses têm tido um excelente mérito de ter conseguido duplicar em cinco anos as exportações para os EUA.

Portugal continua no radar dos investidores. A recuperação que o país fez nos últimos anos é amplamente reconhecida o que nos fez ganhar credibilidade. A atual geringonça pode ser entendida em sentido contrário. Outros fatores de atratividade têm sido o facto de ser um país seguro, com um bom clima e começa a estar no mapa das infraestruturas tecnológicas. Além destes, Portugal tem outras vantagens competitivas como as redes de telecomunicações e logística de topo e as próprias infraestruturas físicas como as cias rodoviárias, os portos e aeroportos, além das boas universidades de engenharias e de gestão. Cerca de 80% da população mais jovem fala duas línguas, sendo uma delas o inglês, a língua da globalização.

Portugal tem vindo a tornar-se mais competitiva nos vários rankings de competitividade, mas no mundo competitivo em que vivemos não podemos baixar os braços. Como diria Fernando Pessoa: “E outra vez conquistemos a Distância – Do mar ou outra, mas que seja nossa”

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