quarta-feira, 1 de junho de 2016

O MUNDO É DAS CRIANÇAS


JORGE MADUREIRA
Pequenas, mas com vontades, desejos e dinâmicas próprias, as crianças (também) necessitam de disciplina para conhecerem limites e valores e saberem respeitar. Mas quase sempre a disciplina é usada quando a criança se porta mal, o que não é de todo o mais aconselhado.

Deve ser algo que tenha continuidade para que elas saibam distinguir entre o que está certo e o que está errado. Se isso acontecer num acto contínuo, conseguimos com que elas sejam constantemente bem comportadas.

As regras e limites existem para elas aprenderem, mas têm que ser os pais a estabelecê-las, ou seja, fazer com que sejam abertamente perceptíveis por elas. Devem ser ensinadas a ter autocontrolo e fazer com que percebam a dinâmica e a vivência dentro e fora de ambiente familiar. Se as regras forem conhecidas, facilmente serão adoptadas por elas o que facilita a vida de todos; pais e filhos.

Assim como as regras devem ser simples e frontais, as consequências também o devem ser. As consequências devem sempre ser materializadas para perceberem que não podem contornar este ciclo. Nada disto é fácil.

As crianças devem desde muito cedo aprender a respeitar não só os pais e adultos, mas todas as pessoas que os rodeiam e com quem se cruzam. Tem se perdido este respeito. As crianças devem aprender a dizerem “por favor” e “obrigado”, palavras estas em desuso.

Sou dos que discorda em gritar ou bater. Estas acções devem ser controladas para limitar a agressividade nas crianças e mais tarde se reflectir. Estou a escrever e vou ser lido pelas minhas duas filhas, por isso não posso aqui escrever o que assim não é.

Promover o diálogo com elas num ambiente de harmonia, com calma, da mesma forma que gostaríamos que falassem connosco. Devemos ouvi-las e deixa-las falar e expressar tudo o que lhes vai na alma e sua opinião, mas sempre com respeito pelo outro.

Podemos trocar o “não” pelo “sim” se formos assertivos na comunicação com elas. Ou seja, dar mais importância ao comportamento que se deseja em vez de daquele que não se quer ver.

Por vezes estamos desatentos com a pressa dos dias e azáfama do trabalho, etc.

Mas elas dão-nos sinais. Se o mau comportamento for constante, alguma coisa está mal.

Por isso, a importância de estar atento para poder avaliar estas situações e perceber qual os motivos por trás deste constante (mau) comportamento.

Muitas vezes temos que ser firmes, e não ceder a birras. Aqui é ela a testar-nos.

O que não significa que não se possa dizer à criança o quanto se gosta dela ou dar-lhe um abraço depois de a chamar atenção. Ela perceberá que a disciplina não significa que se goste menos um do outro mas que apesar dos conflitos tudo fica bem.

Evitar gritar com elas, pois se assim for elas vão pensar que não há nada de errado com isso, e como sabemos muito bem, as crianças fazem o que vêm fazer.

Por isso, falar com elas pausadamente, com calma e lembrando sempre a criança que é assim que se deve comportar. Cabe a nós estabelecer o tom das conversas e o nível das situações, que as crianças acabam por as seguir naturalmente.

As crianças são seres maravilhosos, as diferentes fases do seu desenvolvimento são autênticos desafios para nós.

Brincar com elas, por vezes adoptar as suas atitudes e colocarmos-mos no papel delas. Eu gosto! Dentro de mim, ainda mora a criança que fui e, sou. Ainda habitam em mim, os sons, as cores, os cheiros, onde tudo era mais bem simples, mas com muita vitalidade, energia e felicidade. A criança ainda mora em mim, mas não muito escondida no meu ser, ela mora mesmo na superfície, sob a pele e vem à tona diariamente e sempre que assim tenha vontade. 

Espero que a criança que habita em mim possa estar sempre no meu ser.

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