quinta-feira, 18 de agosto de 2016

ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE DE TERMORREGULAÇÃO NOS IDOSOS

MARIA AMORIM 
O equilíbrio entre a produção e as perdas de calor mantém a temperatura corporal em níveis satisfatórios, a TERMORREGULAÇÂO é o mecanismo através do qual o organismo é capaz de manter esse equilíbrio, através de mensagens nervosas. Esta capacidade, com o envelhecimento, vai ficando cada vez mais fragilizada, sendo influenciada, para além dos fatores metabólicos, por fatores ambientais e atividade física.

O HIPOTÁLAMO é o mecanismo regulador possuindo um papel de termostato que mantem a temperatura corporal à volta dos 37 graus, chegando-lhe as informações térmicas após terem sido captadas pelos recetores cutâneos. Estas reações são controladas pela circulação sanguínea cutânea, pelos sistemas hormonais e pelo sistema nervoso central. A produção de calor resulta de reações celulares do metabolismo, e a temperatura corporal varia por diversos fatores: O AUMENTO DA TEMPERATURA dá-se por fatores internos tais como aumento das secreções hormonais (adrenalina ou noradrenalina), devido ao stress, emoções fortes ou ira, durante atividade física ou esforço prolongados, e ainda depois das refeições. Esse aumento deve-se também a fatores externos de fornecimento de calor: radiações (ondas de calor) ou por ambiente muito quente.

A PERDA DE CALOR produz-se a vários níveis que são: a nível cutâneo, através do suor, das vias pulmonares e ainda dos rins. O corpo perde calor por condução, ou seja, pelo contacto direto com o frio, por evaporação, através do suor e respiração e também por ventilação de ar frio.

A CAPACIDADE DE TERMORREGULAÇÃO ALTERA-SE COM O ENVELHECIMENTO, e os idosos apresentam, geralmente, uma baixa da sua temperatura corporal, devida a causas como um metabolismo celular diminuído, modificações cutâneas que tornam o papel dos capilares menos eficaz, a falta de exercício e a alimentação, muitas vezes com aporte proteico deficitário, também tem um papel importante nestas alterações da temperatura. Estes são fatores muito importantes a ter em conta no cuidado aos idosos, pelo que é fundamental os cuidadores estarem atentos a sinais que possam traduzir DESIQUILIBRIOS DA TERMORREGULAÇÃO.

O idoso encontra-se mais vulnerável e é muito sensível a todo o tipo de agressões, sejam elas físicas, psíquicas ou ambientais, estando a sua tolerância às variações da temperatura muito diminuída, o que se traduz num aumento dos óbitos aquando de vagas de calor ou de frio intenso. Este alerta serve sobretudo para os cuidadores que devem tomar algumas medidas importantes que ajudem a prevenir aumentos indesejados da temperatura, ou ainda perdas de calor prejudicais.

COM O FRIO, o idoso tem tendência a cobrir-se mais, tem mais frio aos pés e às mãos, procura fontes de calor, recusa muitas vezes sair e mobilizar-se, deve, então, ter-se cuidado em vestir o idoso com mais camadas de roupa, mas mais finas, agasalhar bem pés e mãos, evitar correntes de ar, vestir o idoso que se levanta, e ter o cuidado de o cobrir se permanece longos períodos em sofá, oferecer bebidas quentes e reconfortantes, assegurar uma alimentação com aporte proteico adequado.

COM O CALOR, ou perante um estado de hipertermia, o idoso pode queixar-se de cefaleias, de cansaço mais acentuado que o habitual, recusar alimentar-se, encontrar-se irritadiço, agitado ou ansioso, apresentar a pele quente e até avermelhada, ou ainda transpirar, com o calor, vai ser importante tomar medidas de controlo da temperatura ambiente, refrescando-o, descobri-lo, no caso de estar muito coberto, oferecer bebidas frias, regular mecanismos de ventilação forçada, sem arrefecer o ambiente abaixo de 18 graus. Perante variações da temperatura, de queixas não habituais, e sempre que o aumento da temperatura seja suspeito, é fundamental avaliar a temperatura corporal com um termómetro, que nos permita saber se o idoso está com febre, pelo que é fundamental, para quem tem idosos a cargo, ter um termómetro à disposição, sendo único meio fiável de avaliar a temperatura, é muito importante ter em consideração que, na presença de infeções, a temperatura do idoso tem tendência a aumentar menos que no adulto.

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