RUI CANOSSA |
Cinco semanas, sete jogos disputados e o título de Campeão Europeu de Futebol. Estes foram os ingredientes que bastaram para agitar a economia portuguesa e projetar a marca Portugal à escala mundial. De facto, o dia 10 de julho de 2016 vai ficar definitivamente para a história do futebol português. Mas não só. Foi o dia em que Portugal, inesperadamente, teve a maior campanha mundial de marketing da nossa história recente. A performance da nossa seleção, teve uma envolvente emocional fortíssima que mobilizou “11 milhões de portugueses” em torno de uma causa comum: trazer o caneco para Portugal!
A missão cumprida teve um impacto na economia nacional, dinamizando inúmeros setores de atividade e visibilidade internacional do país. Um estudo desenvolvido pelo IPAM, mais concretamente, pelo Gabinete de Estudos de Marketing para Desporto, antes do início do Europeu 2016, falava de um impacto na ordem dos 609 milhões de euros. Este estudo assentava em dois cenários, um pessimista, ou seja, fazíamos os três jogos da fase de grupos e vínhamos para casa. Mesmo neste cenário o impacto na economia portuguesa seria de 438 milhões de euros. Como ganhámos atingimos o cenário otimista, os tais 609 milhões. Para este valor entraram varáveis como o esforço comunicacional dos patrocinadores que redobraram os seus esforços e investimentos neste período, bem como outras marcas, que não sendo patrocinadores também apostaram em campanhas de marketing. O retorno dos principais patrocinadores, Sagres, Meo, Galp, Novo Banco, Continente, Jogos Santa Casa, Nike, Hertz e Samsung está estimado em 117 milhões de euros. A juntar a tudo isto estão as vendas estimadas em merchandising como cachecóis e bandeiras. A juntar a isto as apostas online, assim como o aumento do consumo dos media – televisão, jornais – e toda a ativação que promoveram durante este período. Outra grande fatia tem a ver com os jogos propriamente ditos. Foram milhares os portugueses que compraram viagens para ir assistir aos jogos em França. Na ordem dos 10 mil por jogo, ou seja, mais de 60 mil viagens! Internamente as audiências na RTP eram de 3 a 4 milhões de espectadores por jogo. A restauração também viu aumentar as suas vendas durante os jogos e esses valores fazem parte dos 609 milhões.
A 14 de junho os portugueses gastaram através da rede multibanco mais 30% do que em 2015! Nos dias em que Portugal jogou, cada português gastou em média, 11€ em restaurantes, 20€ em supermercados e 23€ em vestuário. Na última partida, à hora do jogo, Portugal parou e os levantamentos de dinheiro também!
E vamos ser os campões europeus durante os próximos 4 anos! Isto vai ser com certeza capitalizado pelas empresas portuguesas e pela própria Federação Portuguesa de Futebol que verá aumentar o seu cachet pela participação na Taça das Confederações. Cá estaremos para ver!
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