JOÃO RAMOS |
Na cidade de Chicago, os hospitais encontravam-se frequentemente sobrelotados, enfrentavam vários atrasos na realização de consultas, no atendimento dos pacientes das urgências e na marcação atempada de intervenções cirúrgicas. As salas, o número de médicos, enfermeiros e camas eram manifestamente inferiores às necessidades, o que levou a que um grupo de directores contratasse uma empresa de consultoria com o objectivo de melhorar a eficiência dos seus serviços de saúde. O referido estudo concluiu que o principal problema dos hospitais daquele estado estava relacionado com a má gestão da informação e sobretudo com a inexistência de uma base de dados sobre os pacientes. Desta forma, 60% do tempo de consulta médica era gasto na procura e processamento de informação e apenas 15% no tratamento dos doentes. Para resolver este problema, o grupo de directores decidiu criar um software informático especialmente destinado ao armazenamento do histórico clínico dos pacientes, que estaria disponível para todos os médicos, independentemente da especialidade. Apesar das resistências iniciais, os resultados foram muito positivos, ocorrendo uma redução do tempo de espera para consultas em 25%. Além disso, num espaço de 5 anos, os hospitais conseguiram duplicar o número de pacientes atendidos, recorrendo a um aumento do pessoal de apenas 30%.
Este software poderia ser extremamente útil para os hospitais públicos nacionais, que a braços com enormes dificuldades em dar resposta à crescente procura por cuidados médicos resultante do encerramento de várias urgências e especialidades, estariam em condições de melhorar a eficiência do seu serviço. Numa altura em que os custos com saúde crescem a um ritmo extremamente elevado, seria importante apostar em tecnologias que permitam conter os gastos, mantendo os mesmos padrões de qualidade.
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