CATARINA PINTO |
Um Castelo acinzentado no cume de uma montanha tão protegida, rodeada de profundos vales e frondosas florestas onde se escondem as almas e os duendes do tempo, desamparados de uma longa vida que deixou algo… memórias…
Talvez pelo meu lado poético e nostálgico ou pelo meu recente interesse pela genealogia, pelas histórias individuais e da humanidade, tenho refletido muito sobre o que é a memória, as suas vertentes e importância.
Para mim são pensamentos profundos, momentos intocáveis, saudades que perduram ao pó do tempo.
Sem memórias quem seriamos nós? Elas são como uma grande manta de retalhos que aquece a humanidade de tantas intempéries.
As memórias constroem se como uma casa, com os seus pilares que são os nossos corações, com o cimento, com pedrinhas ou tijolos que são nada mais do que a nossa alma. Elas têm cor, têm cheiro, datas e saudades... Simbolizam o tudo, o nada, o perpetuo, o passado, o presente, o futuro… sem duvida influenciam em toda a sua forma o universo fazendo mover os tempos sem uma ordem.
Quem não tem memórias? De ontem, da sua infância, do que não se alcançou, do que nos foi deixado por herança e a qualquer momento desponta em nós a recordação de algo que já não podemos usufruir, ( com) viver…
As memórias são as fotos do nosso coração que conseguem sobreviver a corrosão do dia a dia…
Um dia sentem-se no silêncio e sintam as memórias, busquem –nas, deixem que elas invadam todo o vosso mundo…
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