FERNANDO COUTO RIBEIRO |
Hoje, quero falar de amor, salientando, desde já, que a perspectiva moral da coisa não entra como variável equacionada durante esta espécie de reflexão.
Antes de tudo algumas convicções:
Foder não é amar!
Sexo não é amor!
Beijar não é amar!
SMS às quatro da manhã não é amor!
Dar as mãos não é amar!
Um poema não é amor!
E todas as outras coisas que estão ao nosso dispor para que possamos completar as palavras que não conseguem expressar a nossa necessidade de nos explicarmos não são amor!
Amar é aquele momento em que paramos de pensar na resposta e passamos a ouvir o outro com o esforço real de o entender. Amar é apenas isso!
Amor são todos os actos de humildade, não de humilhação, que fazemos para que os outros tenham a oportunidade de um riso.
Amor é apenas isso!
Podemos complicar? Podemos! Mas amar será sempre uma tentativa de compreensão do outro, e o amor será sempre um sorriso, mesmo quando a dor é grande e o sorriso não é mais do que serenidade.
Há que foder!
Há que sexar!
Há que beijar!
Há que mandar mensagens embriagadas a horas estranhas!
Há que passear de mãos dadas e aguentá-las suadas para manter a pele junta!
Há que escrever poemas – ridículos, claro!
Há que usar todos os artifícios ao nosso alcance para tentar ser feliz! Mas, quanto a amar e ao amor, temos de, humildemente, saber que só amamos quando damos, conscientemente, de nós, para que o outro seja feliz e para que amanhã o mundo seja um lugar melhor!
Se chegaram aqui, chegaram à conclusão de que eu não sei nada sobre o amor e que, como quase todos, apenas vou tentando descobrir a vida de convicção em convicção e fugindo da tentação de me iludir com a minha verdade.
No fundo, amor é um bocadinho isso: acreditar.
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