terça-feira, 3 de janeiro de 2017

DESAFIOS DE 2017

RUI CANOSSA
O novo ano chegou. Mas com ele não veio vida nova. De facto, avizinham-se tempos de incerteza e de desafio para 2017, três deles são de fulcral relevância para todos.

Amanhã dia 4 de janeiro, Obama deixa a Casa Branca para o novo presidente Donald Trump. Receia-se o regresso americano a políticas protecionistas para promover a indústria e os serviços americanos. O que a acontecer não é bom para nós portugueses que estávamos já a contar com uma valorização do dólar face ao euro para aumentar as nossas exortações que caíram 3.5% em outubro face a igual período do ano anterior.

Na europa a 15 de março vai haver eleições legislativas na Holanda, onde o líder do partido da Liberdade, xenófobo e anti-imigrantes está empatado nas sondagens com os conservadores que estão no poder. A 23 de abril e a 27 de maio decorrem a primeira e segunda voltas das eleições presidenciais em França onde, Marine Le Pen, continua a liderar as sondagens. Em 22 de outubro Angela Merkel vai continuar no poder pela quarta vez consecutiva e ser a líder do mundo livre já que Donald Trump não o será. Vão começar as negociações para a saída do Reino unido da União Europeia, o famoso “Brexit”. O Banco Central Europeu vai até setembro continuar a política de compra da dívida dos países da Zona Euro para manter baixas as taxas de juro mas isso não pode continuar infinitamente, pelo que se preveem más notícias para a nossa dívida cada vez maior.

É este o terceiro desafio, O país não pode ter taxas de juro superiores a 5%. Se o rating da nossa dívida baixar, até deixamos de ter a ajuda do BCE que referi anteriormente. A juntar ao crescimento baixo que temos, devido à queda das exportações, ao não aparecimento de investimento significativo em Portugal e a provável manutenção do consumo das famílias. Se não crescermos acima de 3% ao ano é mau. Sem crescimento não há empregos, sem empregos não há rendimento, sem rendimento não há consumo, nem poupança e sem poupança não há investimento. Ah, não vou falar do sistema bancário português que é para não me chamarem definitivamente de o profeta da desgraça!

Um bom ano de 2017! Não estou a ser sarcástico, quero mesmo que seja um ano cheio de sucesso pessoal e profissional para todos nós!

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