quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

ESCOLA VS. FAMÍLIA

MÁRCIA CORREIA
O papel da escola modificou-se ao longo dos anos acompanhando desta forma os avanços e necessidades da sociedade, mudanças essas que foram significativas para o país, principalmente no que diz respeito ao funcionamento e acesso à população ao ensino público.

Neste sentido, uma das funções da escola é socializar o conhecimento e atuar na formação moral dos alunos, e é essa soma de esforço que promove o pleno desenvolvimento do indivíduo como cidadão. A escola é o lugar onde a criança deverá encontrar os meios para preparar e para realizar os seus projetos de vida, a qualidade de ensino é, portanto, condição necessária tanto na sua formação intelectual como moral. A falta de formação de qualidade levará a que os seus projetos falhem no futuro.

Deste modo, os professores, a comunidade escolar e a forma de avaliação são transmissores de normas e valores que orientam e preparam o indivíduo para viver em sociedade. Assim, é importante que estas questões façam parte da organização curricular.

Contudo, a família é base da sociedade. Desta forma, cabe aos pais um papel fundamental na educação dos filhos. Os pais são os primeiros educadores, e, desde o início, estão incumbidos do sustento material, cultural e espiritual das crianças

Assim, há uma pressão da sociedade que leva a que os casais jovens necessitem trabalhar fora, tanto o homem como a mulher, e por vezes não sabem com quem deixar as crianças, a maioria são colocadas em creches. Nesses casos, desde a mais tenra idade, estas crianças ficam aos cuidados de instituições públicas ou privadas, longe dos pais, recebendo influências externas num período que deveriam receber uma atenção integral em casa, no seio de sua família. Mas não é esta a realidade que hoje vivemos, cuja situação deixa lacunas com desdobramentos imprevisíveis no futuro de cada criança.

Mesmo assim, vemos muitos pais assumirem o seu papel na educação dos filhos com dedicação e até heroísmo. Apesar das dificuldades apresentadas por uma realidade cada vez mais fragmentada e individualista, muitos pais esforçam-se para dar aos seus filhos o afeto e a atenção necessárias, e os conhecimentos que precisam para serem pessoas com princípios e valores que os fazem assumir os desafios da vida com responsabilidade.

Tais valores devem levar os filhos, quando adultos, a serem pessoas participativas e solidárias, ajudando o desenvolvimento da sociedade, isto porque tiveram um bom desenvolvimento pessoal, com o apoio efetivo dos pais. E educar, frise-se, é colocar limites. Não é permitir a filosofia do ``deixar fazer`` e desenvolver crianças e adolescentes mimados. Isto tem dado resultados bastantes negativos, atendendo ao aumento da violência entre os jovens. Jovens estes que não estão habituados a ouvir o NÃO. Educar é estar presente com amor, carinho e valorização, mas sem permitir que os filhos ultrapassem os limites.

A falta de tempo não pode ser desculpa para a nossa ``desresponsabilização`` do papel de pais. Mais importante do que a quantidade de tempo que passamos com os nossos filhos, é o aproveitamento que fazemos dele.



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