MOREIRA DA SILVA |
São tantos os eleitos para cargos
públicos que enriquecem, e continuam e enriquecer à custa do erário público, à
custa da corrupção, e continua-se no «faz-de-conta» que nada se passa continuando
a emprestar-lhes o voto e a considerá-los pessoas integras, inteligentes e
honradas. Até são defendidos pelos seus eleitores que lhes emprestaram o seu
voto, como não querendo saber da realidade, muito menos da habilidade que esses
políticos tiveram para engordar as suas contas bancárias.
Para
a governação, se há alguma situação positiva na área financeira é porque o
mercado confia e acredita nas políticas governamentais, mas se algo corre mal,
então o que acontece é o «faz-de-conta» que é a conjuntura internacional. É a narrativa evolutiva que veste a flexibilidade para contornar
as dificuldades e se adaptar às necessidades.
Se
as pensões e reformas são aumentadas e os pensionistas e os reformados
começaram a receber menos é o «faz-de-conta» que está tudo bem, os duodécimos
vieram atrofiar ainda mais a vida de quem tem falta de dinheiro para pagar a
alimentação, medicamentos, água, luz e tantas outras. Como se os nossos idosos
não tivessem necessidade de comer todos os dias e não tivessem direito à
qualidade de vida!
A
governação tentou vender-nos a ideia que ao dividirem o BES em dois bancos: o
«Banco Mau» e o «Novo Banco» seria uma boa solução para mais um problema
financeiro. Fizeram de «faz-de-conta» que o «Banco Mau» ficaria com os
«tóxicos» e o «Novo Banco» ficaria limpo dos «tóxicos» para ser bem vendido. O
que se verifica é que só apareceu um comprador (fundos americanos) a oferecer
uma ninharia pelo «Novo Banco». A realidade veio-nos mostrar que afinal ficaram
dois bancos maus!
A Justiça «faz-de-conta»
que funciona bem e rapidamente, e não há uma justiça para os ricos e outra para
os pobres. A exclusão social é um «faz-de-conta» que não existem excluídos na
sociedade, nem existe pobreza, nem fome e que os idosos recebem pensões ou
reformas compatíveis à sua dignidade, ao nível de vida e à sua sobrevivência.
O caso do atual
ministro Augusto Santos Silva ter dito que a Concertação Social era como uma
«feira de gado», vem na senda da sua «confissão» pública que o que mais gostava
era de «malhar na Direita» e da afirmação do antigo ministro Jorge Coelho que
também «confessou» que «quem se mete com o PS leva». É o «faz-de-conta» que vivemos
em democracia e que não foi bem assim, pois não passaram de simples «lapsus linguisticus».
Provavelmente
será melhor que assim seja, para a nossa saúde mental!
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