LUÍS ARAÚJO |
A estupidez humana não deixa de incessantemente me surpreender e, tal como parece que um dia disse Einstein, aparenta ser infinita, o que não seria preocupante se os portadores de tal deficiência, congénita ou aprendida, se dedicassem a coisas educativas como a pratica de espeleologia em vulcões ativos, nadar com os cardumes de tubarões brancos das pequenas Antilhas, ou jantar com os pigmeus canibais do Congo.
O pequeno busílis é que estas pessoas têm vindo a exercer uma atividade bastante perniciosa para o resto da humanidade - votar - o que nos presenteou com a subida em vários países dos partidos de extrema-direita e com Donald Trump.
Como em Portugal ainda não houve eleições têm-se dedicado a dar ao nos seus smartphones, criando várias consternações nas redes sociais.
Para quem tem andado desatento, as redes sociais são algo do tipo de umas putinhas sensiveis que tanto se horrorizam com uma porcaria qualquer como dão o estatuto de celebridade mundial a uma senhora cujo único predicado é um roliço rabo, que se entretém a fotografar de todos os ângulos possíveis e imaginários.
Recentemente as redes sociais entraram em euforia com a morte de Mário Soares, regozijando-se e destilando ódio e fel em quantidades industriais.
Não surpreendentemente estas criaturas dividiam-se em duas categorias, Salazarentos e Retornados.
Portanto, saudosistas da boa e velha ditadura, que, a coberto do anonimato das redes sociais tem o conforto da vida moderna como algo adquirido, ignorando em absoluto que houve pessoas que tiveram que lutar, sofrer torturas e perder a vida para esta liberdade que têm como certa, tal como o oxigénio que se respira, pessoas como Mário Soares que foi preso pela PIDE pelo menos 3 vezes, ou então pessoal que tinha como expectativa que se mantivesse uma guerra para lhes permitir continuarem com a sua vidinha, com a consequente perda de vidas humanas.
De Mário Soares reza a história vários episódios, uns mais ou menos dignificantes, uns mais ou menos cómicos, mas o que é certo é que teve a ingrata missão de ter que tomar decisões incómodas e impopulares quando ser-se primeiro ministro não era a pera-doce que é hoje, um período que ficará para a história como “quente” onde muitas das decisões foram as possíveis e que são muito mais fáceis de criticar do que de analisar a frio.
E, mesmo com a sua morte, nos deu a todos uma lição, a de um povo ingrato, aburguesado, burro e que não conhece a sua história, que se regozija com a infame calunia em tudo o que é perfil do facebook, alternando entre um acidente de avião carregado de diamantes ou de marfim, conforme as conveniências, extrapolando subsídios estatais ou reproduzindo tudo o que é história parva ad nauseam...
E um povo que não conhece a história corre o risco de cometer os mesmos erros uma e outra vez.
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