J. PEREIRA RAMOS E SUSANA FARIA |
Nos dias de hoje já praticamente nenhuma mulher engravida sem desejar e programar a gravidez devido à disponibilidade de um arsenal de produtos anticoncecionais (pilula contracecional, preservativos, dispositivos intra-uterinos, pilula do dia seguinte etc.) que podem ser utilizados pela mulher que não pretende engravidar.
Como médicos de família aconselhamos a toda mulher que deseja engravidar uma boa vigilância pré- natal, possuir um boletim de planeamento familiar – onde estão todas as informações de métodos contracetivos, do nº de filhos, de abortos de doenças sexualmente transmissíveis, e ainda outras informações importantes.
Na consulta de pré-natal é avaliado o plano nacional de vacinação da mulher, nomeadamente a verificação da vacina antitetânica, difteria, da rubéola e sarampo. Faz-se uma avaliação física da mulher (peso, altura, pressão arterial) e efetuado o exame ginecológico com rastreio do cancro do colo do útero, se não foi efetuado há menos de 3 anos.
O suplemento de Acido fólico e iodo, também é de extrema importância antes e durante a gravidez, bem como a avaliação de Hipo/hipertiroidismo numa mulher grávida.
Embora hoje em dia haja alguns tratamentos que permitem ao bebé uma vida saudável, a futura mamã deve prevenir o risco de infeções de sexualmente transmissíveis e adoção de comportamentos sexuais seguros. Lembro que a sida, hepatite B, C e a sífilis, são transmitidas da mãe para o filho. Antes de engravidar a mulher deve fazer análises para determinar grupo sanguíneo e fator RhD, hemograma, glicémia jejum, rastreio das hemoglobinopatias, o rastreio da sífilis, hepatite B, VIH, serologias da Rubéola, Toxoplamose e Citomegalovirus.
A implementação de estilos de vida saudável- tais como: andar a pé, evitar os consumos de tabaco, bebidas alcoólicas e outras drogas é extremamente importante para um natural e bom desenvolvimento do bebé.
Por vezes, devido à sua gravidez, a mulher pode sentir-se pressionada e infeliz pois é uma situação estranha, com mudanças de vida, principalmente nas primíparas, havendo em muitos casos com necessidade de um apoio psicológico/psiquiátrico e muitas vezes social. Os serviços de saúde, nomeadamente os médicos de família, podem no caso da constatação de necessidade de apoio, quer de médicos especialista (obstetras, psicólogos, psiquiatras) quer de assistentes sociais, referenciar para o hospital e/ou assistente social no Centro de Saúde.
Às futuras mamãs, um grande abraço!
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