CATARINA PINTO |
“A Luz ténue entre a vidraça transparente do Hangar, não parece aquecer, por breves instantes, o metálico das portas nem os sonhos de outrora. Nesse dia das partidas e chegadas, o frio cedeu a eterna primavera lilás de Jacarandás e buganvílias. O seu intenso perfume transforma –se em essência para o coração. Descobri a alquimia perfeita para sobreviver ao outro lado e guardei-o aqui secretamente entre as palavras e as folhas de outono…”
A mudança sempre existirá. Mudança dentro de nós, em nosso redor. Inúmeras vezes mudanças iniciam-se no caos, na mutilação da alma, na catástrofe das vidas. Cegamente não vemos que essa mudança era mais do que necessária. Deixar queimar todo o fogo e poeira, todo a cinza que restou mas inútil. A mudança é inata. O mundo inteiro consegue mover-se e modificar quanto mais nós, os simples mortais ocupadíssimos com a nossa vida quotidiana que por vezes parecemos mais um mecanismo automático. Mas fiz bem mudar. Ainda que doía, ainda que possa ferir, as cicatrizes.
Precisamos todos em algum dia, em algum momento mudar e renascer depois de tudo, depois do fim. E sabe tão bem sentir-se que afinal estamos vivos, que somos capazes de tomar decisões e por uns instantes parar o percurso inteiro da vida, só para mudar de trilhos… nem sempre estamos nos corretos e a vida oferece cegamente múltiplas opções de escolha, abrimos os olhos e descobrimos que afinal sempre esteve ali a solução dos nossos problemas. Só faltava uma única coisa. MUDAR…
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