JOÃO RAMOS |
Nos últimos seis meses, o FTSE índex, que agregas as acções dos maiores bancos mundiais, cresceu cerca de 24%, invertendo a tendência de queda verificada desde 2013. Com a subida das taxas de juro nos EUA, da rentabilidade das obrigações dos países ocidentais e da inflação, os investidores perspectivam a melhoria significativa dos resultados das entidades bancárias. Estes benefícios serão reforçados pelo amplo processo de reestruturação do sistema financeiro, através do corte no número de balcões e funcionários, expansão de modernas tecnologia de processamento e monitorização, o que permitiu reduzir os custos operacionais melhorando sobremaneira as margens de rentabilidade. Além disso, com a proliferação dos Smart-phones, e-comerce e da Internet, os bancos poderão expandir as suas actividades para fora dos limites nacionais, o que constituirá uma oportunidade única para a instituições Portuguesas, a braços com a estagnação do mercado interno. Desta forma, parece-me um tremendo erro optar pela venda do novo banco, nas condições propostas pelo fundo de investimento em questão, uma vez que o preço oferecido de 750 milhões de euros é manifestamente baixo, em relação ao real valor da instituição e ainda serão exigidas garantias adicionais para futuros activos tóxicos num montante próximo dos 2000 milhões de euros. Além disso, o referido comprador é conhecido no meio financeiro, por realizar enormes reestruturações, cortes cegos entre outros procedimentos, num curto espaço de tempo, com o objectivo de obter lucros numa futura venda. Dito de outra forma, não possui uma estratégia séria que privilegia um das entidades financeiras mais importantes do país. Neste sentido, o governo deveria, ainda que no curto prazo implicasse um custo para os contribuintes, adiar a privatização do novo banco, esperando por uma melhoria das condições externas, procurando alcançar um negócio aceitável para todos os portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário