MÓNICA AUGUSTO |
Muitos
são os que se dedicam ao estudo das tradições, usos e costumes da sua região.
Movidos pela curiosidade, pelo gosto pelo passado ou pela busca das suas
origens encetam trabalhos de pesquisa e de reunião de dados que convergem em
trabalhos de grande interesse e relevância. Muitas vezes este tipo de trabalhos
são desvalorizados e vistos apenas como meros relatos. É certo que o método
científico utilizado pelo historiador académico não é integralmente aplicado, é
certo que os procedimentos exploratórios, de recolha de dados e de cruzamento e
crítica de fontes não são seguidos à risca, mas também é certo que estes
relatos contribuem para a manutenção e preservação da memória coletiva e do
património imaterial das comunidades e que constituem, por si só, fontes para
os estudos académicos. Não raras vezes as monografias locais são o ponto de
partida para investigações académicas aprofundadas, fornecem elementos que
permitem avançar numa determinada direção.
O estudo
da história local tem conhecido nas últimas décadas um forte incremento, várias
iniciativas têm sido levadas a cabo no sentido da promoção do local, quer pelas
instituições de ensino superior, quer pelas autarquias. Várias dissertações e
teses têm desenvolvidas, mas também várias obras levadas a cabo por habitantes
curiosos e interessados pela história da sua comunidade têm sido publicadas.
Umas e outras merecem igual mérito uma vez que o objetivo final é o mesmo:
conhecer e dar a conhecer a história de um determinado local. Umas e outras,
embora utilizando métodos diferentes, contribuem para que o passado de uma
comunidade se mantenha vivo, para que as próprias tradições, usos, costumes,
enfim, o património imaterial, seja promovido.
A busca pela
identidade de uma comunidade ultrapassa a barreira da relevância científica, é
emocional. Quando reunida, a comunidade aprecia relembrar o passado mais ou
menos longínquo, seja através das lendas, das tradições ou do engrandecimento
do papel dos antepassados em algum momento relevante da história. Cabe a todos
registar estes elementos para que não se percam, cabe ao historiador seguir o
método científico e comprovar ou refutar. Para as gerações vindouras que
pretendam estudar a história local todos os registos constituem fontes
fundamentais que merecem igual admiração e respeito.
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