segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ENTORSES DO TORNOZELO

FÁTIMA LOPES
As entorses do tornozelo são muito frequentes 38 a 45% de todas as lesões no desporto (EUA). Podem ter uma evolução espontânea para a cura contudo em alguns casos é necessária uma atenção especial de forma a evitar sequelas, pois o principal fator predisponente da entorse é a história de entorses prévias desta articulação. 

É frequente ouvir dos pacientes que praticam desporto; que compraram umas sapatilhas e na loja o vendedor lhes sugeriu calçado de controlo de pronação no caso de pé plano. Ou então optar pelo controlo de supinação baseada na forma estática do pé o que não é correto pois a necessidade de compensações depende do comportamento de todo o membro inferior durante a corrida.

COMO SE DESENVOLVE UMA ENTORSE?

A entorse do tornozelo é descrita por vários autores (Safran MR, Benedetti RS…) um traumatismo em inversão excessiva, com supinação, rotação interna e flexão plantar do complexo articular tornozelo-pé.

As estruturas ligamentares envolvidas são ligamento peróneo-astragalino anterior (LPAA), a região antero-lateral da capsula articular, o ligamento calcâneo-peroneal ( LPC) e o ligamento peróneo-astragalino posterior.

A gravidade da entorse está relacionada com o número de elementos ligamentares atingidos e é habitualmente classificado em três graus.

GRAU I

· Dor e edema localizado dos tecidos moles

· Sem instabilidade mecânica

· Estiramento de algumas fibras do ligamento LPAA.

Tratamento: seguem-se as normas R.I.C.E.

Rest – repouso não efetuar carga

Ice- Aplicação de frio

Compression - imobilização com ligaduras 

Elevation elevar o tornozelo acima do nível do coração por 48h.


GRAU II 

· Perda funcional parcial, com dor para carga

· Instabilidade moderada

· Rutura do LPAA e rutura parcial do LPC

Tratamento: aplicar as normas anteriores (R.I.C.E.) e é frequente a aplicação de uma tala gessada ou uma ortótese apropriada imobilizando o membro.


GRAU III

· Edema exuberante, equimose

· Grande instabilidade e impotência funcional total

· Rutura completa dos LPAA e LPC

Tratamento: cirúrgico para efetuar a reparação de ligamento


Estas lesões podem representar um problema real em termos de saúde pública; sendo assim preponderante desenvolverem-se abordagens corretivas e programas de prevenção adequados; nesta perspetiva; o podologista efetua a anamnese e exame físico onde são pesquisados os dados pessoais: idade, estatura, peso, tipo de calçado, atividade profissional e desportiva a análise do pé através da inspeção, estudo da mobilidade articular, palpação de pontos dolorosos e pesquisa de movimentos anormais e a avaliação de fatores de risco como: dismetria dos membros inferiores; insuficiência peroneal; laxidez ligamentar; pé equino; calcâneo varo.

 www.centroclinicodope.pt


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