terça-feira, 25 de outubro de 2016

MORFOCICLO PADRÃO - Do papel para o relvado!

MORFOCICLO PADRÃO 


ANDRÉ QUEIRÓS
2ª Feira
No dia imediatamente a seguir ao jogo o treinador deve fazer uma gestão inteligente do grupo, que consiste em treinar para recuperar os jogadores que jogaram mais, e treinar para jogar aqueles que jogaram menos tempo ou nem sequer foram opção para aquele jogo. Isto consiste em fazer uma recuperação ativa do primeiro grupo com períodos de curta duração e intensidade submáxima para acelerar a sua recuperação e manter o metabolismo do jogador dentro daquilo que são os requisitos do nosso jogar. No entanto o segundo grupo deve fazer um trabalho de elevada intensidade, o mais próximo possível daquilo que seja o jogo (grandes princípios do nosso jogar).

3ª Feira
Folga.

4ª Feira
Três dias após o jogo (72h) o jogador já vai estar completamente recuperado (salvo raras excepções) do jogo anterior e preparado para receber um novo estímulo tendo em vista a próxima partida. Este treino é normalmente caracterizado pela utilização de espaços mais reduzidos que promovem uma tensão da contração muscular mais elevada. Saltos, mudanças de direção, travagens, remates e duelos são muito frequentes neste dia. Os tempos de execução de cada exercício (duração) também serão menores tendo em conta a elevada intensidade e participação de cada atleta no mesmo, transformando o treino num espaço mais descontínuo para permitir que o atleta recupere entre repetições e exercícios. 

Nesta sessão o treinador deve procurar privilegiar o trabalho de questões individuais e grupais de acordo com a sua ideia de jogo e até mesmo tendo em vista o próximo adversário. 

5ª Feira
No Morfociclo de domingo a domingo o treino de quinta feira é aquele em que o treinador deve operacionalizar os grandes princípios do seu jogar, ou seja, questões setoriais, inter setoriais e coletivas introduzindo já aquilo que ele ache pertinente daquilo que vai ser a estratégia coletiva da sua equipa para o próximo jogo. 
Neste treino a tensão (saltos, travagens, duelos etc) apesar de se manter elevada, vai ser menor em relação ao treino anterior, visto que os espaços terão também maiores dimensões. A duração dos exercícios é maior, pois a participação de cada um (individualmente) é mais pequena sendo mais (em nº) os atletas envolvidos em cada um, o que transforma este treino num trabalho mais contínuo em relação a quarta feira na medida em que os tempos de recuperação são bastante menores. Tendo tudo isto em conta a duração da contracção muscular estará claramente aumentada em relação á tensão e á velocidade.

6ª Feira
A menos de 48h do próximo jogo o treinador já deve ter algumas cautelas em relação ao desgaste físico e emocional dos atletas, para que estes estejam a 100% no domingo. Neste sentido o treinador deve promover exercícios de curta duração, mas com uma velocidade da contração muscular bastante elevada e em intensidade submáxima. Neste treino são frequentemente trabalhadas questões coletivas de estratégia em relação ao próximo adversário e esquemas tácticos para passar aos jogadores um resumo daquilo que foi trabalhado durante a semana e limar as últimas arestas. Este treino apesar de não representar uma carga “física” relevante para o atleta, é a todos os outros níveis muito importante, pois frequentemente os jogos são resolvidos por pormenores estratégicos ou em esquemas tácticos. 

Domingo
“Querer ser bem sucedido sem trabalhar duro, é tão ridículo como querer colher sem plantar!”. O resultado pode não ser condizente com o trabalho realizado, no entanto, o desempenho da equipa vai ser SEMPRE consequência da qualidade do trabalho semanal… ACREDITEM NISTO!

A informação contida nesta crónica não tem como objetivo criticar quem operacionaliza de maneira diferente, muito menos passar a mensagem de uma verdade absoluta. É apenas um caminho a seguir para atingir um determinado objetivo, entre muitos outros possíveis, bons treinos!

Sem comentários:

Enviar um comentário