JOÃO RAMOS |
Um estudo realizado recentemente em Portugal apontava para a existência de discriminação nas avaliações aos estudantes estrangeiros ou de determinadas áreas problemáticas. No mesmo sentido, várias investigações desenvolvidas nos EUA, concluíram que os alunos afro-americanos, hispânicos e do sexo feminino apresentavam classificações entre 10% e 20% superiores nos exames ou testes, sobre os quais os professores não tinham acesso à sua identidade.
Estes resultados evidenciam uma dura realidade que se estende para lá das classificações, abarcando diversas áreas e processos, como o apoio despendido pelo professor aos estudantes, a disposição na sala de aula e a escolha para a realização de determinados exercícios, o que posteriormente contribuirá para agravar o “fosso” entre os discentes. Além disso, as consequências na vida profissional foram estudadas cuidadosamente, concluindo-se que os jovens que foram discriminados durante o período escolar possuíam menos probabilidades de obterem um diploma e auferiam salários, entre 20% e 40% inferiores aos restantes.
O governo deveria dedicar maior atenção aos estudos supracitados, promovendo medidas de apoios aos grupos mais desfavorecidos, conferindo maiores apoios extracurriculares, como a disponibilização de explicações, a realização de actividades de desenvolvimento cognitivo, entre outros. Mais importante, seria identificar, dentro de cada escola quais os alunos com piores desempenho, monitorizando cuidadosamente o seu percurso, submetendo-os à realização de provas corrigidas por outros professores, ou cujas identidades fossem ocultadas, de forma a compreender, se de facto existem sinais de discriminação.
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