VERA PINTO |
Sabiam que um teste de gravidez pode dar positivo no homem? É verdade, um teste de gravidez pode mesmo dar positivo num indivíduo do sexo masculino. Não, não se trata de nenhum milagre, nem de nenhum avanço na ciência e muito menos de uma boa nova. Os meios de comunicação social já nos deram a conhecer alguns casos de homens que em tom de gozo decidiram realizar o teste de gravidez. Qual não foi o seu espanto quando o resultado deu positivo. Esta atitude engraçada, por um lado traz alguns dissabores, uma vez que pode ser portadora de uma má notícia. Por outro, pode salvar vidas ao permitir a deteção precoce de cancro.
A maioria dos testes de gravidez faz a pesquisa da hormona gonadotrofina coriónica humana (hCG) que é uma glicoproteína produzida pelas células trofoblásticas aquando da sua invasão endometrial. No início da gravidez, as concentrações de hCG no soro e na urina da mulher aumentam rapidamente, sendo um bom marcador para testes de gravidez. Esta hormona é responsável por assegurar a gestação através da inibição da menstruação e evitar a ocorrência de uma nova ovulação. A par do uso desta hormona no diagnóstico e monitorização da gravidez, a hormona hCG apresenta outras aplicações no campo clínico. Esta glicoproteína serve como marcador tumoral em algumas patologias neoplásicas, quer no homem quer na mulher. O cancro testicular é o cancro mais comum entre os 20 e 39 anos e a sua origem continua desconhecida, embora se reconheça que existe uma relativa predisposição familiar. Os principais sintomas incluem uma inflamação do escroto, a qual pode ser dolorosa. Por vezes, os vasos sanguíneos rebentam dentro do tumor e, como resultado, forma-se uma massa que cresce rapidamente e provoca uma forte dor. Um volume duro no testículo deve ser seriamente considerado e deve ser examinado de imediato por um médico. Para além do exame físico e da ecografia para a elaboração do diagnóstico existem duas proteínas, a alfafetoproteína e a gonadotrofina coriónica, cujos valores estão tendencialmente elevados em homens com cancro testicular. As amostras sanguíneas podem ser usadas tanto para o despiste do cancro, como para a gestão do tratamento, uma vez que a subida dos valores no pós-tratamento pode indiciar possíveis recidivas.
Lembrem-se! Nenhuma pergunta é estúpida e perceber o porquê das coisas pode marcar a diferença.
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