sábado, 15 de outubro de 2016

A CIÊNCIA MÉDICA

ANTONIETA DIAS
A ciência médica desenvolve-se por pilares de inteligência, sem contudo excluir a emoção, a intuição e a vontade.

Não existem mistérios, nem símbolos abstratos, mas sim a verdade, que significa ordem, pureza, certeza, conhecimento, bondade, eficácia, humanidade.

Não é através da matemática que excluímos os critérios fundamentais, como a moral, o dever, a defesa da vida, a integridade onde os Mestres iluminam e tornam perfeita a simbiose do corpo e da alma.

Não se pode impedir o cumprimento da missão que foi incumbida ao médico, muito menos inibir a mestria através da especulação fraudulenta onde a expressão “vale tudo”, vicia, finge, oculta, expõe entre as nevoas, as ordens de uma realidade material, que sucumbe no símbolo perverso de uma verdade que é mentira. 

Do mesmo modo, não existem rituais, nem analogias ou graus, cujo alicerce está desprovido de ciência de humanidade e de verdade.

Não faz sentido que o círculo da fraternidade se divida entre o senso que permite a sustentabilidade do ser e o ignóbil sentido de destruir. 

O nosso inseparável desígnio que determina o caminho que irá salvar a vida e que nos distingue como uma profissão de permanente sucesso, não irá ser destruído por um espetáculo de necessidades e de formas controladoras da arte e da ciência médica, mas sim a tela do corpo unido à alma cuja ligação é a fonte do conhecimento que tornará inabalável a fronteira entre a defesa da vida e a tentativa da morte.

Existe uma interpretação filosófica, cujo esquema e iniciação se eleva para a alquimia, onde o mágico se fundamenta na lógica, o Homem se regista como o ser composto de corpo, alma e espirito, em que cuidar é criar esquemas de tratamento focalizadas no universo do rigor contruído no Templo da Fé, da esperança, da união de uma doutrina pura, silenciosa, mas interativa, cuja essência liberta o saber, o ser, o sorriso, como se de uma orquestra se tratasse.

É através da perfeição e da beleza da arte de bem servir, que o mundo da ciência médica se transforma numa obra literária, que tem tanto de divina, como de humana, cuja essência se baseia numa comunicação e atuação inteligente em que a crença é apenas o Saber.

Quem sabe, até, se a exatidão da alma e da vida quando comandadas pelo mundo numérico, perdem a convergência logica e racional de uma teoria que não é abstrata, muito menos comandada por uma consciência desprovida da verdade. 

Se o grau de iniciação teórica se maximiza por níveis e fenómenos numéricos, a prestação de cuidados deixa de ser humana.

Do mesmo modo se extinguiria a natureza e a necessidade de “servir”, onde o progresso não passaria de uma ilusão. 

Em suma, não podemos apagar a necessidade de realizar um exame minucioso, nem de utilizar todas as formas de investigação onde o Mestre terá sempre a seu cargo a função de ensinar.

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