ANTONIETA DIAS |
A ciência médica desenvolve-se por pilares de inteligência, sem contudo excluir a emoção, a intuição e a vontade.
Não existem mistérios, nem símbolos abstratos, mas sim a verdade, que significa ordem, pureza, certeza, conhecimento, bondade, eficácia, humanidade.
Não é através da matemática que excluímos os critérios fundamentais, como a moral, o dever, a defesa da vida, a integridade onde os Mestres iluminam e tornam perfeita a simbiose do corpo e da alma.
Não se pode impedir o cumprimento da missão que foi incumbida ao médico, muito menos inibir a mestria através da especulação fraudulenta onde a expressão “vale tudo”, vicia, finge, oculta, expõe entre as nevoas, as ordens de uma realidade material, que sucumbe no símbolo perverso de uma verdade que é mentira.
Do mesmo modo, não existem rituais, nem analogias ou graus, cujo alicerce está desprovido de ciência de humanidade e de verdade.
Não faz sentido que o círculo da fraternidade se divida entre o senso que permite a sustentabilidade do ser e o ignóbil sentido de destruir.
O nosso inseparável desígnio que determina o caminho que irá salvar a vida e que nos distingue como uma profissão de permanente sucesso, não irá ser destruído por um espetáculo de necessidades e de formas controladoras da arte e da ciência médica, mas sim a tela do corpo unido à alma cuja ligação é a fonte do conhecimento que tornará inabalável a fronteira entre a defesa da vida e a tentativa da morte.
Existe uma interpretação filosófica, cujo esquema e iniciação se eleva para a alquimia, onde o mágico se fundamenta na lógica, o Homem se regista como o ser composto de corpo, alma e espirito, em que cuidar é criar esquemas de tratamento focalizadas no universo do rigor contruído no Templo da Fé, da esperança, da união de uma doutrina pura, silenciosa, mas interativa, cuja essência liberta o saber, o ser, o sorriso, como se de uma orquestra se tratasse.
É através da perfeição e da beleza da arte de bem servir, que o mundo da ciência médica se transforma numa obra literária, que tem tanto de divina, como de humana, cuja essência se baseia numa comunicação e atuação inteligente em que a crença é apenas o Saber.
Quem sabe, até, se a exatidão da alma e da vida quando comandadas pelo mundo numérico, perdem a convergência logica e racional de uma teoria que não é abstrata, muito menos comandada por uma consciência desprovida da verdade.
Se o grau de iniciação teórica se maximiza por níveis e fenómenos numéricos, a prestação de cuidados deixa de ser humana.
Do mesmo modo se extinguiria a natureza e a necessidade de “servir”, onde o progresso não passaria de uma ilusão.
Em suma, não podemos apagar a necessidade de realizar um exame minucioso, nem de utilizar todas as formas de investigação onde o Mestre terá sempre a seu cargo a função de ensinar.
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