ARMANDO FERREIRA DE SOUSA |
Não me considero propriamente um especialista em estudos russófonos e muito menos em politica internacional. Não obstante tenho vindo a seguir, de forma algo atenta a criação de uma nova guerra fria que opõe a Rússia ao bloco ocidental, agrupado sob a égide da NATO.
Por outro lado, com a questão de reclamação de território no mar do sul da China, também a República Popular da China se vem revelando uma séria concorrente ao lugar de ator principal, num cenário de conflito global.
Aqui chegados pergunto-me para onde caminha o futuro da humanidade se o que move os lideres mundiais a tomar tão arriscadas jogadas no xadrez politico-militar, não são questões tão claras quanto isso.
Na verdade, reinventam-se antigos inimigos ou adversários e, atrevo-me a dizer, inventam-se outros.
Qual o risco que até há pouco tempo a Rússia representava para a paz mundial? Pois, pouco ou nenhum! Na verdade tratava-se já de um país considerado amigo, parceiro até em exercícios militares, que aos poucos foi sendo desconsiderado na cena internacional, até ao ponto de rutura, que motivou o reavivar de retóricas e tensões já há muito esquecidas.
Contudo, a “demonização” da Rússia, como nação poderosa que ainda é, possibilita que a opinião pública ocidental aceite mais facilmente o dispêndio de somas astronómicas em armamento e investigação militar, mantendo os lucros das industrias privadas multimilionárias que repartem entre si os contratos da defesa. Será pois uma boa tática para se ultrapassarem crises...
Por outro lado, também a Rússia, ou mais concretamente o regime russo liderado por Vladimir Putin, vão aproveitando estes novos atritos, para perpetuar um regime corrupto e decadente que só se vai mantendo no poder á custa da criação de um inimigo comum, num papel a que os países da Europa e a NATO, tão convenientemente se vão prestando.
Pensando deste modo não posso deixar de dizer que somos todos peões nas mãos de gigantes... Uns mais peões que outros!
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