terça-feira, 15 de novembro de 2016

RECUPERAÇÃO PÓS COMPETIÇÃO. O QUE FAZER?

ANDRÉ QUEIRÓS
No primeiro treino após o jogo, temos que ter em conta isso mesmo, o jogo anterior, ou seja, aquilo que vai ser o treino deverá ter em conta aquilo que foi o último jogo, ou sequência de jogos. No sentido em que um jogo, ou uma semana de trabalho, poderá ter tido umas exigências ou circunstâncias completamente diferentes do anterior.

1º Princípio - “Treinar para Recuperar!”

No primeiro treino após a competição, para os jogadores que competiram o treino deve contemplar exercícios de baixa complexidade (tática) mas que promovam um máximo, mas instantâneo, empenho motor. Neste sentido o atleta deve ser sujeito a períodos de alta “tensão” e alta “velocidade” da contração muscular, mas curtíssima duração e com largos períodos de descanso entre eles.

Com este tipo de trabalho a “rede” que se forma através da interação dos diferentes metabolismos requisitados pelo nossojogar é ativada sem causar desgaste no jogador e assim é mais rapidamente promovida a recuperação.

Como frisei no início da crónica devemos planear de acordo com aquilo que antecede a sessão de treino, e desta forma quando a equipa atravessa um período de maior exigência sobretudo emocional transformar este treino em algo mais “lúdico” faz todo o sentido e poderá trazer mais benefícios para o próximo treino aquisitivo.

2º Princípio - Crioterapia

Como é do conhecimento geral o jogo de Futebol gera danos tecidulares, cria um estado catabólico e aumenta as dores musculares e acções inflamatórias. Estudos recentes demonstram que a Crioterapia, ou seja, imersão em água fria a uma temperatura de 10º C durante um período entre 5 a 10 minutos diminui os níveis de dor muscular tardia, melhora as funções imunitárias e atenua os processos inflamatórios. 


3º Princípio - Alimentação 

É hoje consensual que o período imediatamente após uma competição ou treino intenso é decisivo para assegurar uma recuperação o mais rápida e eficaz possível, existindo uma janela de oportunidade que deve ser respeitada de mais ou menos 30 minutos após o jogo/treino para a primeira ingestão. Para além dos Hidratos de Carbono, as Proteínas também têm um papel decisivo não só em termos de recuperação energética, bem como naquilo que toca á reparação dos tecidos lesados. 

Desta forma os estudos apontam para a ingestão de 1g/kg de peso de HC até 30 minutos após o final do jogo repetidos 1 hora depois até á refeição principal. Combinados com uma ingestão de 10 a 20g de Proteína.

Mais importante de tudo é ter em conta que alguma coisa, é sempre melhor do que nada. Se não for possível proporcionar as condições acima referidas a ingestão de qualquer tipo de alimento é bem melhor do que passar 2 horas sem comer absolutamente nada.

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