domingo, 20 de novembro de 2016

A IMPORTÂNCIA DE TER UM PAI

CARLA SOUSA
Muitas vezes precisamos de ouvir “Filho amo-te”, “Filho gosto de ti”, Filho estou orgulhoso”, “Filho vai em frente”. Não são só os ralhetes, ou discussões que guardamos dos nossos pais.

Muitas vezes precisamos de um abraço e até de sentir o seu cheiro e ver o seu olhar e sorriso.

Eu reconheço o meu pai pelo som que ele faz quando anda, pela sua respiração e até pela forma como tosse. 

Não o escolhi para pai, mas também não me imagino com outro. Adoro a forma como ele hoje em dia olha para mim (pois sinto que fui escolhida, que sou especial). E, detesto a forma como por vezes expressa o olhar mais crítico.

A relação foi crescendo, com muitos altos e baixos e, agora está mais madura, apesar de continuar a comportar-me como uma menina. E dele continuar a tratar-me carinhosamente por cachopa. 

Este homem faz parte de mim e vai fazê-lo para todo o sempre. Temos a nossa história de pai e filha e espero que continue a ser vivida por muitos longos anos.

Cada um de nós tem a sua história com o seu próprio pai.

Com certeza já passou de bestial, a besta, de fantástico a mau, de homem pelo qual podemos sentir vergonha ou até um orgulho.

O mais importante é que, apesar de todos os defeitos, que possa ter, possamos sentir que o amamos e que ele nos ama.

A relação com os nossos pais influencia diretamente a nossa personalidade e o seu desenvolvimento. A experiência de rejeição, especialmente pelos pais, vivida na infância influencia o desenvolvimento da personalidade.

Quando somos rejeitados parece que levamos um murro no estômago. Vários estudos na área das neurociências descrevem que, as partes do cérebro ativadas quando somos rejeitados, são as mesmas quando sentimos dor física. 

No entanto, a dor psicológica da rejeição pode ser revivida por vários e longos anos.

As memórias emocionais acompanham-nos a vida toda. A experiência de ser rejeitado faz com que haja maior dificuldade em formar relações seguras e de confiança com os outros. 

Todos nós viemos ao mundo através de um pai e de uma mãe. No entanto ser pai e mãe não deve ser apenas biológico e algo no papel. Deve ser uma relação de afeto e de significado.

O Amor dos pais pelos filhos, e a forma como é demonstrado, pode fazer toda a diferença: para o bem ou para o mal.

É verdade que alguns homens têm dificuldade em expressar sentimentos mas o carinho vindo de um pai, a aceitação e valorização vinda da figura paterna pode significar muito para um filho.

O pai pode fazer maravilhas e também pode estragar muita coisa, quer estando presente, quer estando ausente. O Pai não tem de ser perfeito, ou muito bom, mas o suficiente para que os filhos possam experienciar uma relação calorosa.

Ninguém nasce a aprender ser pai. Vai se aprendendo… E, muitas vezes com os erros. O pai não pode ter medo de expressar o seu amor e dedicar-se a este papel que é importante na história de vida de qualquer pessoa. 

O pai deve estar consciente das suas responsabilidades. Apresentar coragem e ser lutador. Pode escorregar de vez em quando, mas não deve sentir vergonha de pedir ajuda.

O pai que ama os filhos não é somente aquele que manda, mas aquele por quem a criança sente orgulho e com quem quer se parecer. É a primeira referência de identificação masculina, imprescindível tanto para as meninas como para os meninos. 

Caros Pais! Devem amar os vossos filhos e não ter medo de o demonstrar.

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