PAULO SANTOS SILVA |
Pois é, caro leitor, estamos a terminar o ano de 2016.
Como se o ano já não tivesse sido trágico para a música, com o desaparecimento de Prince, David Bowie e Leonard Cohen, ainda tínhamos de ser surpreendidos em pleno dia de Natal, com a notícia da morte de George Michael.
George Michael, nome artístico de Georgios Kyriacos Panayiotou, nasceu em Londres a 25 de junho de 1963. Filho de um cipriota (de ascendência grega) e de uma dançarina britânica, passou a maior parte da sua infância no norte de Londres.
Durante a sua adolescência, a família mudou-se para a zona Leste de Inglaterra. Aí, frequentou a Bushey Meads School, onde conheceu Andrew Ridgeley, com quem haveria de formar os Wham!. Esta dupla, teve um sucesso enorme junto das camadas mais jovens, nomeadamente com temas como Wake Me Up Before You Go-Go.
Em 1984, lança o seu primeiro álbum a solo, onde podemos encontrar aquela que é considerada por muitos, como a maior balada de todos os tempos – Careless Whisper.
A sua enorme popularidade, sobretudo junto de um público maioritariamente jovem e feminino, não o impediu de muitas vezes assumir publicamente posições políticas, nomeadamente contra o governo de Margareth Thatcher. Também em 2002, lançou o tema Shoot The Dog, onde critica abertamente Tony Blair e George W. Bush, a propósito da guerra do Iraque. Aliás o próprio videoclip, todo feito em desenho animado, é um exercício de “gozo” com estes dois políticos.
Pelo meio, ficaram um processo perdido contra a editora Sony (1993) e um êxito retumbante, aquando da participação num concerto de homenagem a Freddy Mercury, em que atuou em pleno Estádio de Wembley com os restantes elementos dos Queen.
A sua vida pessoal, foi recheada de muita controvérsia. Desde o (ab)uso de drogas até às situações constrangedoras em que se envolveu, nomeadamente quando foi preso e acusado de atentado ao pudor, por ter sido apanhado numa casa de banho pública em atos menos próprios de cariz sexual, George Michael foi muitas vezes um provocador. No bom e no mau sentido.
Para a minha geração, foi marcante e é nesse sentido que na minha opinião, deixa um lugar vazio. Quantas e quantas capas de cadernos diários (sem falar nas paredes dos quartos…) foram decoradas com as fotos dele, que saíam na revista Bravo?... Dele, do Nick Kershaw, dos Duran Duran, do Limahl, dos Kajagoogoo, do Boy George, …
No entanto, quem consegue vender mais de 100 milhões de discos, não o faz só por ter uma “cara bonita”. George Michael tinha um estilo próprio, que foi adaptando ao longo do tempo. Não é por acaso que algumas das suas músicas são, ainda hoje, conhecidas e apreciadas pelas gerações mais jovens.
Segundo consta, estava a produzir um novo álbum a ser editado em 2017. Acredito que apesar da sua morte, ainda o iremos ouvir. Confesso que tenho alguma curiosidade em perceber em que caminhos musicais andaria, agora. Aguardemos, pois.
Despeço-me de si, por este ano, desejando-lhe um ano de 2017 cheio de coisas boas e convido-o a ouvir um dos temas que mais me marcou de George Michael – Faith.
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