PAULO SANTOS SILVA |
Pois é, caro leitor.
Daqui até ao Natal, é mesmo um salto de
pardal.
Embora não pareça, ele já começou. A
árvore de Natal, o presépio, a compra dos presentes, os jantares de Natal que
se multiplicam por esta altura e, sem quase nos darmos conta, as Canções de
Natal. Elas estão presentes nos centros comerciais, nas amplificações sonoras
de rua, nas rádios, nas televisões, nos entretenimentos, eu sei lá. Mais
conhecidas, menos conhecidas, mas sempre familiares, embora algumas sejam mais
do que outras. Quem não conhece ou nunca ouviu o célebre “A Todos Um Bom Natal”,
do Coro de Santo Amaro de Oeiras, que invariavelmente terminava o Natal dos
Hospitais?... Arriscar-me-ia a dizer que os miúdos que gravaram a primeira
versão da música, já devem ser hoje pais e mães de família! No entanto, aquela
que deve ser seguramente a mais conhecida música de Natal, tem o nome em
português de Noite Feliz, ou no original Stille Nacht. Escrita na Áustria, mais
propriamente em Oberndorf, corria oano de 1818 pelo padre Joseph Mohr e pelo
músico Franz Gruber, tem versões em pelo menos 45 línguas e foi declarada pela
UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, em 2011. A história da
sua composição não é consensual. Há quem diga que o Joseph Mohr procurou Franz
Gruber com um poema que havia escrito dois anos antes, para que este o
musicasse para ser tocado horas depois na Missa do Galo. Há quem diga que
escreveu o poema no caminho até Gruber, uma vez que mais do que encontrar o
amigo, Mohr queria arranjar um instrumento que substituísse o órgão da sua
igreja que não estava operacional, uma vez que os ratos tinham roído os foles.
Certo, é que a canção terá sido originalmente escrita para guitarra e flauta, tendo
sido muito bem acolhida por aqueles que a ouviram pela primeira vez. Tão bem
acolhida, que nunca mais deixou de estar presente no Natal da Igreja de São
Nicolau. Em 1820, surge o primeiro arranjo vocal, a que seguiram novos arranjos
feitos pelo autor, pouco antes da sua morte em 1863. No entretanto, aparece o
primeiro arranjo para orquestra (1845) e um novo arranjo para órgão (1855). A
partir de 1900, podemos dizer que a música era definitivamente do domínio
público, sendo quase obrigatório que no Natal ela esteja presente de alguma
forma. A lista de artistas que já gravou versões desta canção, é extensa. Há
versões para todos os gostos. Quanto ao autor, Franz Gruber, não se lhe conhece
propriamente mais nenhuma obra relevante. Se calhar, não precisava de a ter
porque esta, seguramente já ganhou um lugar inatingível na História – a Mais
Bela Canção de Natal de Todos os Tempos!!!
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