CRÓNICA DE ANTÓNIO REIS |
Há mais de um ano que tenho levado ao conhecimento dos leitores da revista “BIRD Magazine” onde se pode comer bem e melhor, tanto em Portugal como em alguns países da Europa por onde tenho passado. Mas, tais pratos só podem ser apreciados quando bem confecionados e com os condimentos certos nas quantidades exatas e nas mãos dos sábios chefes de cozinha. Esporadicamente tenho falado dos condimentos que nos fazem degustar e deliciar de tão boa culinária que se faz por esse mudo ainda desconhecido.
Nesta mais recente viagem por terras de Trás-os-Montes e Alto Douro encontramos os agricultores na azáfama de mais uma colheita sazonal, a qual se faz em todos os países mediterrânicos neste período do ano. Mas, dizem os entendidos que o produto português é o mais cobiçado pelos chefes de cozinha, em especial o de Trás-os-Montes pelas suas caraterísticas inimitáveis. Falo de azeite.
O azeite da região de Trás-os-Montes e da subregião do Alto Douro é conhecido pelos chefes de cozinha como o “ouro de Portugal”. Um produto único, que devido às suas caratriticas, não “consente” ser adulterado (falsificado). Este azeite apenas tem uma denominação – FINO. Com a colheita da azeitona na maturação certa e conservação adequada o azeite desta região de Portugal nunca ultrapassa as 0,3% de acidez, não sendo procurado pelos interessados industriais dos produtos olivícolas para outras classificações. Mas muito procurado pelos melhores chefes de cozinha do Mundo.
Enquanto Itália tem uma polícia específica para análise e deteção de azeites contrafeitos (Corpo Forestale, órgão especializado em segurança alimentar italiano). Em Portugal apenas existe a ASAE, os inspetores são multifacetados e muitos dos parâmetros de qualidade escapam às suas investidas de fiscalização, ficando-se por irregularidades básicas. Prejudicando a qualidade do azeite e os olivicultores portugueses que têm vindo a investir em vastas áreas de olival em Portugal.
As espécies das arvores a plantar, assim como os solos portugueses, conseguem produzir um produto de tão alta qualidade que muitas das quinta e herdades lusitanas são cobiçadas pelos vizinhos espanhóis com a finalidade de investir na plantação de olivais em linha, mais rentáveis que os tradicionais portugueses.
O “ouro” português mais uma vez pode deixar de ser dos portugueses!
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