sábado, 17 de dezembro de 2016

OURO DE PORTUGAL



CRÓNICA DE ANTÓNIO REIS
Há mais de um ano que tenho levado ao conhecimento dos leitores da revista “BIRD Magazine” onde se pode comer bem e melhor, tanto em Portugal como em alguns países da Europa por onde tenho passado. Mas, tais pratos só podem ser apreciados quando bem confecionados e com os condimentos certos nas quantidades exatas e nas mãos dos sábios chefes de cozinha. Esporadicamente tenho falado dos condimentos que nos fazem degustar e deliciar de tão boa culinária que se faz por esse mudo ainda desconhecido.

Nesta mais recente viagem por terras de Trás-os-Montes e Alto Douro encontramos os agricultores na azáfama de mais uma colheita sazonal, a qual se faz em todos os países mediterrânicos neste período do ano. Mas, dizem os entendidos que o produto português é o mais cobiçado pelos chefes de cozinha, em especial o de Trás-os-Montes pelas suas caraterísticas inimitáveis. Falo de azeite.

O azeite da região de Trás-os-Montes e da subregião do Alto Douro é conhecido pelos chefes de cozinha como o “ouro de Portugal”. Um produto único, que devido às suas caratriticas, não “consente” ser adulterado (falsificado). Este azeite apenas tem uma denominação – FINO. Com a colheita da azeitona na maturação certa e conservação adequada o azeite desta região de Portugal nunca ultrapassa as 0,3% de acidez, não sendo procurado pelos interessados industriais dos produtos olivícolas para outras classificações. Mas muito procurado pelos melhores chefes de cozinha do Mundo.

Enquanto Itália tem uma polícia específica para análise e deteção de azeites contrafeitos (Corpo Forestale, órgão especializado em segurança alimentar italiano). Em Portugal apenas existe a ASAE, os inspetores são multifacetados e muitos dos parâmetros de qualidade escapam às suas investidas de fiscalização, ficando-se por irregularidades básicas. Prejudicando a qualidade do azeite e os olivicultores portugueses que têm vindo a investir em vastas áreas de olival em Portugal.

As espécies das arvores a plantar, assim como os solos portugueses, conseguem produzir um produto de tão alta qualidade que muitas das quinta e herdades lusitanas são cobiçadas pelos vizinhos espanhóis com a finalidade de investir na plantação de olivais em linha, mais rentáveis que os tradicionais portugueses.

O “ouro” português mais uma vez pode deixar de ser dos portugueses!

Sem comentários:

Enviar um comentário