LÚCIA LOURENÇO GONÇALVES |
E num período que se quer festivo, há no entanto que refletir maduramente sobre todo o contexto que, atualmente rodeia uma época em que tanto se apregoa o amor ao próximo, mas cujas "boas intenções" duram apenas algumas semanas!
Já lá vai o tempo, em que um Natal feliz era ter comida melhorada na mesa… A árvore que se ia buscar diretamente ao pinhal, mas que nos meses anteriores já se tinha escolhido, de forma a ficar cheia e arredonda e, já em casa, era enfeitado com simples pedaços de algodão e bugalhos embrulhados na prata dos chocolates Regina, que tinham exatamente as cores do Natal!
E ao som do Coro de Santo Amaro de Oeiras, cujas música ainda hoje me estão no ouvido e me remetem imediatamente ao passado e aos aromas e sentires tão típicos… Eram vividos estes dias tão mágicos, tão brilhantes como as luzes que piscavam nas árvores… e açucarados... de guloseimas e de amor!
Que saudades desse tempo! Em que tudo era tão simples e de tão simples e leve era perfeito…
A lareira acesa, toda a família à sua volta… A ceia esmeradamente confecionada e os doces, uma delícia de sabores a que agora nem se dá importância…Fruto da fartura e da superficialidade!
A noite passada em família com jogos e muitas gargalhadas à mistura… De manhã, a surpresa ternamente deixada pelo Menino Jesus, no sapatinho que ficava junto à lareira!
Lamentavelmente com o passar dos tempos, o natal virou uma época de consumo, onde o que mais importa não é a união familiar, mas em muitos casos, o valor da prenda que se recebe!
Mas o Natal deveria ser essencialmente amor, aliás tratando-se do mais nobre sentimento, todos os dias deveriam ser Natal!
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