JOÃO RAMOS |
Um estudo realizado ao campeonato de basebol americano revelou que as equipas com uma folha salarial mais desnivelada apresentavam um desempenho significativamente mais fraco do que as restantes, o que se traduzia num número de derrotas superior. Numa altura em que existe um aumento acentuado das desigualdades salariais dentro das próprias empresas, é necessário compreender que o sucesso de uma organização depende de um conjunto alargado de funcionários e da sua justa remuneração. A percepção de injustiças em pequenas e médias empresas podem criar um elevado nível de mal-estar, reflectindo-se na produtividade, no aumento da rotatividade dos trabalhadores, no potencial de conflitos e na redução da fidelidade em relação à marca. Com graves consequências para a qualidade final do produto ou serviço, para a competitividade e para o funcionamento global das organizações.
A presença de “super” gestores, engenheiros, contabilistas, entre outros desproporcionalmente bem pagos pode criar problemas especialmente nefastos nas pequenas e médias empresas, em que a relação de proximidade entre funcionários é bastante próxima, inclusivamente do ponto de vista geográfico. Ao contrário, do que ocorre nas grandes multinacionais, em que predominam as relações impessoais e existe uma forte separação entre os quadros superiores e a restante linha de produção, que muitas das vezes se encontra fora do país. Esta situação é particularmente importante em Portugal, uma vez que o nosso tecido empresarial é composto por pequenas e médias empresas de cariz familiar. Importa por isso estabelecer uma remuneração equilibrada que promova a criação de valor acrescentado, que premeie o desempenho e que seja coerente com o contexto local.
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