sexta-feira, 2 de setembro de 2016

DESEQUILÍBRIOS SALARIAIS DENTRO DAS EMPRESAS

JOÃO RAMOS
Um estudo realizado ao campeonato de basebol americano revelou que as equipas com uma folha salarial mais desnivelada apresentavam um desempenho significativamente mais fraco do que as restantes, o que se traduzia num número de derrotas superior. Numa altura em que existe um aumento acentuado das desigualdades salariais dentro das próprias empresas, é necessário compreender que o sucesso de uma organização depende de um conjunto alargado de funcionários e da sua justa remuneração. A percepção de injustiças em pequenas e médias empresas podem criar um elevado nível de mal-estar, reflectindo-se na produtividade, no aumento da rotatividade dos trabalhadores, no potencial de conflitos e na redução da fidelidade em relação à marca. Com graves consequências para a qualidade final do produto ou serviço, para a competitividade e para o funcionamento global das organizações.

A presença de “super” gestores, engenheiros, contabilistas, entre outros desproporcionalmente bem pagos pode criar problemas especialmente nefastos nas pequenas e médias empresas, em que a relação de proximidade entre funcionários é bastante próxima, inclusivamente do ponto de vista geográfico. Ao contrário, do que ocorre nas grandes multinacionais, em que predominam as relações impessoais e existe uma forte separação entre os quadros superiores e a restante linha de produção, que muitas das vezes se encontra fora do país. Esta situação é particularmente importante em Portugal, uma vez que o nosso tecido empresarial é composto por pequenas e médias empresas de cariz familiar. Importa por isso estabelecer uma remuneração equilibrada que promova a criação de valor acrescentado, que premeie o desempenho e que seja coerente com o contexto local.

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