JOÃO PAULO PACHECO |
A reprodução assexuada, de grande importância na arboricultura, fruticultura e viticultura (enxertias, mergulhias, alporquias, etc), não se reveste de tão grande interesse na actividade hortícola, já que a utilização de sementes para multiplicação é a forma mais eficaz e menos onerosa, de se trabalhar. Contudo, não poderemos deixar de chamar a atenção para três situações que nos parecem mais significativas na actividade hortícola:
- multiplicação por estolhos ou garras, como é o caso do morangueiro e espargo;
- multiplicação por partes de bolbos ou dentes, como é o caso dos alhos;
- multiplicação por tubérculos ou partes dos mesmos, como é o caso da batata.
Estes são os três casos mais típicos de reprodução assexuada ou vegetativa com que o horticultor lida, sendo a sua prática muito conhecida e as suas vantagens aproveitadas.
As vantagens da multiplicação vegetativa é que se obtêm plantas filhas com as mesmas características varietais da planta mãe, ou seja, obtém-se uma descendência com a mesma informação genética da progenitora, não havendo por isso a degeneração das características que o agricultor pretende encontrar.
As desvantagens deste modo de multiplicação prendem-se com o facto de se poder verificar uma perda de vigor na descendência e com o facto de poderem ser transmitidas muitas mais doenças de geração em geração, nomeadamente as causadas por vírus, bactérias e mesmo fungos.
Nota importante: neste processo de reprodução deveremos ter sempre atenção ao facto de podermos estar a incorrer numa ilegalidade, já que, como é o caso dos morangueiros, os propágulos estão sujeitos a direitos de autor por parte da empresa que criou a variedade, podendo o agricultor incorrer em pesadas multas caso seja fiscalizado no terreno e se verifique que, sem a devida autorização, esteve a multiplicar plantas sujeitas a registo e “royalties”. Esta situação é muito comum de suceder na actividade florícola, sobretudo com plantas como a roseira e a alstromeria.
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