CARLA SOUSA |
Perdoar não é esquecer ou fingir que um erro nunca aconteceu.
Não é ser um “tótó” e “engolir” todas as asneiras dos outros.
Não é estar apenas à espera de um pedido de desculpas ou tentar que seja feita vingança segundo a lógica do “cá se faz, cá se paga.
Não significa que se passe a fechar os olhos aos erros dos outros ou se finja que está tudo bem, que nada aconteceu.
Trata-se de não esquecer mas sim arrumar o problema devidamente no nosso “armário” das memórias e não guardar ressentimentos.
É seguir em frente.
É claro que nem sempre é possível resolver os problemas logo, porque depende da forma como as pessoas estão. Ora, depende se quem cometeu o erro está preparado para assumir o erro e pedir desculpas e, se do outro lado há espaço para ouvir o pedido de desculpas e, para “perdoar”.
Todos temos tempos diferentes para digerir as situações que nos incomodam e magoam.
Por isso pedir e aceitar desculpas depende do comportamento tido e da relação que temos com a pessoa. É possível que nunca mais se tenha o tipo de relação que se tinha ou por outro lado, havendo separação ou afastamento. Ou, por outro lado, existem casos onde há um fortalecimento dos laços. Mas… cada caso é um caso.
Aprender a perdoar e ser perdoado traz benefícios para o desenvolvimento individual de cada um.
É difícil perdoar porque ainda há quem confunda muito com o aceitar de uma injustiça.
Internamente, demorámos mais a aceitar desculpas porque não estamos a acreditar no que aconteceu e, porque achamos que é injusto.
Ou seja, se perdoar estou a aceitar o que a pessoa fez, aquilo que foi uma tremenda injustiça.
Mas, não é assim! Pois, a atitude não deixa de ser errada ou injusta. Normalmente, surgem vários sentimentos associados: ressentimento, raiva, ansiedade, depressão, tristeza, desilusão…
Ao longo da vida deparámo-nos com situações que nos magoam, ofendem em maior ou menor escala e a capacidade de perdoar e de nos perdoarmos é extremamente importante.
O ressentimento deixa as pessoas cansadas e desgastadas físicas e emocionalmente.
Quando não é resolvido pode conduzir ao stress, ansiedade, ataques de pânico, depressão.
A raiva quando não é trabalhada pode conduzir a desejo de vingança.
Quando existe capacidade de perdoar é um sinónimo de saúde mental. Evita-se ficar na dor e no ressentimento e caminha-se no sentido do amor-próprio e de se poder voltar a confiar e a amar.
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