sábado, 18 de novembro de 2017

NO DIA EUROPEU DOS ANTIBIÓTICOS

ANTONIETA DIAS
Designa-se por antibiótico um fármaco cuja função é tratar infeções causadas por microrganismos designados por bactérias.

São substâncias farmacológicas usadas com fins terapêuticos, tendo por si só indicações específicas e devem ser utilizados com muita cautela.

Os antibióticos atuam sobre as bactérias de duas formas: destruindo-as designando-se esta ação como bactericida ou inibindo a sua replicação, agindo assim como bacteriostáticos.

Os antibióticos não destroem os vírus.

Devem ser usados quando indicados e a seleção do grupo /classe tem de corresponder à sensibilidade da bactéria em causa, constituindo assim um ato médico de relevo, para o qual é imprescindível o conhecimento científico da doença, do fármaco de eleição para o seu tratamento bem como a tipologia do doente ao qual vai ser aplicado tendo em conta as características individuais da pessoa em causa.

Podem ainda ser utilizados na profilaxia antibiótica (antes da realização de uma cirurgia), para prevenir o aparecimento de infeções operatórias.

São causa frequente de resistência se forem usados de forma inadequada, sendo por isso de vital importância a seleção correta do fármaco para o tratamento que se pretende instituir ao doente.

Com base nas orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 50% dos antibióticos prescritos são feitos de forma inadequada, sendo esta a principal causa de resistência antibiótica.

Em Portugal existe legislação específica na competência da prescrição terapêutica, sendo a mesma da responsabilidade médica, prevendo a penalização na venda ilegal de antibióticos sem receita médica.

Todavia, infelizmente continuam a ser feitas vendas ilegais (sem a respectiva receita medica).

Compete ao Infarmed (Instituto Público), fazer a fiscalização destas situações o que nem sempre é fácil.

Portugal é um dos países da Europa em que as taxas de resistência aos antibióticos são elevadíssimas.

Em consequência destes dados e preocupado com este grave problema foi criado em Portugal o Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antibióticos (PNPRA), com a intenção de diminuir a taxa de resistência aos mesmos e com o objetivo de sensibilizar os profissionais (médicos), e as pessoas que os utilizam indevidamente (sem a respetiva prescrição médica), para a necessidade do uso racional dos antibióticos.

Cabe assim a todos os intervenientes neste processo a responsabilidade do uso dos antibióticos de forma criteriosa e sensata.

Em suma, os antibióticos são indispensáveis no tratamento das infeções, porém devem ser obrigatoriamente prescritos pelos médicos, que deverão fazê-lo com base na evidência científica, respeitando sempre as recomendações para este ato médico e agindo escrupulosamente de acordo com a “legis artis". 

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