JOÃO RAMOS |
Os técnicos superiores de saúde, que integram o raio X, a ressonância magnética e áreas afins, estão em greve, há mais de duas semanas, sem que o governo apresente uma resposta ou sequer um pequeno princípio de acordo que possa ser negociado. Agindo de má-fé, o ministério tem vindo a adiar sucessivamente a discussão de uma solução, com o objetivo de desmoralizar os grevistas, vencendo-os por desgaste. Sendo um governo de esquerda e que apregoa a defesa dos direitos dos trabalhadores, é verdadeiramente incompreensível esta atitude.
Num orçamento com tantas devoluções e cedências, ignoram-se as reivindicações dos técnicos superiores de saúde, que, por constituírem uma fração relativamente pequena, mas indispensável dos funcionários dos hospitais, tem sido espezinhada e injustiçada pelos sucessivos governos. Não se trata de uma exigência de aumento salarial, mas sim do cumprimento da lei, que exige o reconhecimento da carreira e categorias, em igualdade, com os restantes colegas, que apresentam exatamente a mesma competência e anos de formação. A constituição reconhece o direito à igualdade de tratamento e a importância da assunção de compromissos, por parte do Estado para com os seus cidadãos. Neste sentido, apela-se aos órgãos de soberania e ministro da tutela, o estrito cumprimento da lei e o tratamento digno, dos funcionários envolvidos no protesto.
A qualidade do sistema público de saúde, não depende só dos médicos, mas de todo um conjunto de serviços de suporte, sem o qual, seria impossível conferir aos cidadãos um tratamento eficiente.
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