sábado, 30 de setembro de 2017

ANDRÉ BRUN, UM PORTUGUÊS DE ASCENDÊNCIA FRANCESA

MANUEL DO NASCIMENTO
André Brun, ou André Francisco Brun, nasceu na freguesia de São José, em Lisboa a 9 de maio de 1881, filho de ascendência francesa, de André Regis Brun e de Ana Loudoyska nougaraide. André Brun, foi humorista, guionista de cinema, cronista de jornais, escritor português e militar português, que participou na Primeira Guerra mundial em França, como major. Foi agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra. Foi também um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Autores, em 22 de maio de 1925. Em 1899, ano em que se naturaliza português, escreve versos com ilustração de Bernardino Chagas. Em 1901, estreia-se como dramaturgo, ao escrever em colaboração com Carlos Simões, a peça Tabelião do Pote das Almas. Em 1907, colabora no jornal O Século e no jornal Novidades, e, em 1912, no jornal A Capital. André Brun foi um dos portugueses que estiveram nos campos de batalha da Primeira Guerra mundial e a memória que com ele trouxe materializou-se o livro A Malta das Trincheiras, um livro a descobrir ou redescobrir. Desta experiência única e traumática - Uma memória de guerra - onde relata o Corpo Expedicionário Português (CEP) na Flandre de França. em 1918, André Brun assume o comando do Batalhão de Infantaria n.°23, e é condecorado com a Medalha Militar de prata da classe de comportamento exemplar e graduado em major. Retorna a Portugal de licença de campanha. Neste mesmo ano, apontando críticas ao regime, foi preso no quartel do Carmo em Lisboa, é transferido depois para o Forte da Graça, em Elvas, de onde libertado em 1919, ao fim de mais de dois meses de prisão. Ainda em 1919, tomou parte no combate aos monárquicos em Monsanto em Lisboa, e no norte do país, como por exemplo em Lamego, Viseu e Régua. Foi agraciado pelo presidente da República com o oficialato de São Tiago de Espada, por mérito literário, e com a comenda da ordem militar de Avis, pelo combate ao movimento monárquico. Foi também nomeado adido militar adjunto da Legação Portuguesa em Paris e assiste em Versalhes (região e Paris) à assinatura do Tratado de Versalhes. Comanda o contingente do CEP que integra o desfile das forças aliadas na Festa da Vitória, em Bruxelas. Em 1920, cessa funções como adido militar da Legação Portuguesa em Paris, mas continua a residir em Paris, e volta para Lisboa em 1921. Em 1926, publica A Maluquinha de Arroios, uma comédia em três atos.

Morre em Lisboa, em sua casa, na rua Bernardim Ribeiro, n.° 73 r/c. A 12 de março de 1932, é homenageado com a inclusão do seu nome (Rua André Brun), na toponímia de Lisboa, numa rua de Campo de Ourique, antiga rua Particular n° 2 aos Prazeres.


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