quinta-feira, 14 de setembro de 2017

VENTOS DE MUDANÇA

CRÓNICA DE LUÍSA VAZ
Vivemos em Portugal, um país laico, um Estado de Direito democrático e livre. Ou pelo menos assim pensava a maioria de nós até Outubro de 2015.

Por mais que se diga e escreva, a verdade é que quem ganhou as eleições de forma transparente e legitima não está a governar e o mais grave de tudo isso são os custos que nos serão apresentados. Desde essa altura que afirmo que é apenas uma questão de tempo – e de dinheiro ou falta dele – até que se repita o cenário de 1979/83, aquele em que, pela mão do mesmo Partido Socialista, ocorreram duas bancarrotas seguidas.

Por vezes fico um pouco assustada porque me parece que as pessoas não só se recusam pensar como se recusam a enquadrar os factos. Começam a aparecer as greves e para isso há dois motivos: por um lado, estamos em campanha para as Autárquicas e os Partidos querem mostrar-se independentes e possantes e por outro, há situações que estão a chegar ao limite. Nos casos mais mediáticos, a AutoEuropa e os Enfermeiros, os pressupostos são diferentes. No primeiro caso, os sindicatos não descansaram enquanto não depuseram a Comissão de Trabalhadores que tão bem fez o seu trabalho ao longo dos anos. Eu que sou alérgica a sindicatos, sempre respeitei a Comissão de Trabalhadores mas uma vez no Poder, o “braço pseudo-proletário do PCP” teve que ampliar o seu raio de acção e a AutoEuropa não só era o fruto proibido como era bastante apetecível pela sua visibilidade. Ora como tudo o que interessa aos sindicatos é protagonismo e confusão, aquela zona do pais que tem graves problemas de empregabilidade corre o risco de ver fechar a sua maior empresa e garante de sustentabilidade económica para aqueles funcionários, famílias e negócios circundantes.

O caso dos Enfermeiros é diferente. Queixam-se de várias questões e afirmam que “já há três Governos que a situação se mantém”.

Pois é aqui que temos que parar e reflectir. Muitas foram as vozes que acusaram Passos Coelho de impor excessiva austeridade, de “ir para além da Troika” e de mais um número infindável de problemas mas ele limitou-se a resolver todos aqueles que tiveram inicio na governação de Guterres e culminaram com a governação faraónica de Pinto de Sousa.

Convém não esquecer que foi ele quem avançou com o congelamento de carreiras e não Passos Coelho, este pegou no pais numa altura em que essa reversão era impossível pois era urgente sanar as finanças públicas sob pena de o Estado entrar em falência. É pena que os órgãos de comunicação social não estabeleçam a cronologia dos acontecimentos e esclareçam os cidadãos.

Quando agora, e bem, se queixam os Enfermeiros, nada pode ser feito porque estamos novamente a entrar em período de bancarrota. Para além de muitos outros, o claro sinal de que apenas metade dos funcionários públicos vai ser aumentado em período pré-eleitoral demonstra que já não há dinheiro. Não tardará até que esse anúncio seja público.

E porque não há dinheiro se este deveria ser o governo que traria “o virar da página da austeridade”? Se este deveria ser o Primeiro-Ministro que “se demitiria se tivesse que subir impostos”? Se este foi “o Governo que apresentou o déficit mais baixo da Democracia portuguesa?” Bom, porque para esse déficit contribuíram as cativações e a falta de investimento público e os serviços estão a entrar em colapso – Hospitais, Tribunais, Escolas, por exemplo – porque os impostos que subiram – e os novos que foram criados – são indirectos e portanto o cidadão só os sente à posteriori e não como sentiu os cortes nos salários e pensões e portanto não houve nenhum “virar da página” houve apenas uma operação cosmética, tão querida aos socialistas e que dá pelo nome de “ilusão de riqueza”. Eles conseguem sistematicamente criar nas mentes dos mais incautos a ideia de que com eles no Poder as pessoas têm mais dinheiro e isso faz com que automaticamente gastem mais dinheiro e contraiam mais impostos. Depois vem a austeridade decorrente destas políticas desastrosas e demagógicas e é ver entregar casas aos Bancos e as pessoas a voltarem para a casa dos pais a queixarem-se da brutalidade e insensibilidade dos ministros sociais-democratas. Não é verdade. Passos Coelho estava, e está, coberto de razão quando afirma que gastamos mais do que as nossas possibilidades. Ou reformamos o Estado e ele diminui consideravelmente ou não há condições para ter cerca de 85% da população portuguesa “pendurada” no Estado. É necessário e urgente corrigir a trajectória e é possível.

Pessoalmente, eu considero que cada acto eleitoral deve avaliar apenas aquilo a que se destina e não gosto quando se diz que “as autárquicas são uma avaliação do Governo” mas se esse é o entendimento geral então desta vez assim seja. E desta vez porque ver os órgãos nacionais infestados pela extrema-esquerda e as mentes contaminadas com pressupostos como a Identidade de Género e outros absurdos impõe, no meu entender, um clima social que roça o perigoso e que deve ser travado o quanto antes. Já tivemos um PREC com resultados desastrosos e eu dispenso outro.

Nas autárquicas passadas e em muitos casos, quer o PPD/PSD quer a Coligação deste com o CDS/PP apresentaram maus candidatos e por isso perderam. Simples. Convém no entanto acrescentar que as que ganharam obtiveram sólidas maiorias.

Mas este ano muita coisa mudou. Se olharmos para a maioria das candidaturas vemos rostos novos – na idade e na participação política- e projectos muito válidos e que vão de encontro aos anseios das populações. Se há 4 anos foi necessário que ganhasse um Rui Moreira para que a Rui Rio não sucedesse Luís Felipe Meneses e as suas ideias megalómanas, hoje o Porto apresenta um candidato que sai da sociedade civil e que se predispõe a pôr os seus conhecimentos ao serviço da CMP mas há muitos casos como este de pessoas com empresas sólidas ou empregos de muitos anos e que aceitam o desafio com o objectivo de cumprir p seu dever cívico de ajudar as suas Cidades e populações a atingir um maior desenvolvimento.

As opções são validas e credíveis, a maioria não sai do espectro partidário ou se sai rodeia-se de pessoas que estão profissionalmente implementadas na sociedade e que pretendem Servir a Causa Pública e não servir-se dela.

É portanto altura de mudar e de acreditar que é possível fazer mais e melhor com menos. É altura de fazermos jus ao que dizemos quando afirmamos que “não votamos porque as caras são sempre as mesmas.” A esse argumento seria de muito mau-tom responder: “não voto porque são diferentes e não os conheço”.

Não há razão nenhuma para que no dia 1 de Outubro não saiamos à rua e não vamos exercer o nosso dever cívico e moral de votar. De mostrar que não estamos adormecidos, de mostrar que não aceitamos o que nos impuseram e de mostrar que não nos manipulam com notícias fabricadas.

Lembremo-nos do mal que a Esquerda governa as Câmaras, as negociatas, os compadrios, o clima de medo que grassa em muitas zonas e comparemos com o crescimento, o ar respirável e saudável de que podemos usufruir quando é a Direita que governa, das contas em ordem, das decisões em prol do colectivo e fazendo parte da solução e não do problema.

Por si, por mim, por todos nós, no próximo dia 01 de Outubro, vote em consciência, vote na mudança, vote por Portugal mostrando que não é este o rumo que quer para o seu país. Só se nos unirmos todos podemos reverter esta situação que nos impuseram. Não brinque com o seu voto pois dele dependem a Democracia e a Liberdade.

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