LÚCIA GONÇALVES |
Em rescaldo de férias, há que fazer um balanço...
Nunca fui muito fã de parques de campismo, contudo quando os meus filhos eram pequenos e porque queríamos que, pelo menos nas férias, tivessem a oportunidade de estarem, o mais possível ao ar livre e em contacto com a natureza… em mais que um ano optamos por alugar um bangaló num dos muitos parques de campismo que existem de norte a sul do país, de forma a termos as comodidades (ou quase) de um apartamento e as vantagens dos espaços livres para as corridas próprias das crianças, os parques infantis, as piscinas e a proximidade da praia.
E, a não ser pelos mosquitos que, por vezes, nos atormentavam nas noites em que, sem colocarmos repelente, ficávamos sentados na varanda a desfrutar de uma bebida refrescante, aquelas férias até se transformavam em dias agradáveis!
Entretanto, os miúdos cresceram e as necessidades e preferências mudaram com eles, logo deixamos de lado os parques de campismo e passamos a usufruir dos aparthotéis ou apartamentos junto à praia...
Porém, nesse meio tempo, um verão em que estávamos alojados num apartamento relativamente perto de um parque de campismo onde uns amigos estavam a acampar e, até tinham uma tenda familiar que dava para nós também… fomos ter com eles e até foi divertido!
Essa experiência levou-nos a acreditar, que seria fácil e engraçado aproveitar alguns fins-de-semana (principalmente os prolongados), acampando por aí… e com a oportunidade de conhecer alguns dos recantos do lindo país em que temos a sorte de viver. Com essa ideia em mente, compramos algum equipamento. O básico.
Resultado? Nos anos seguintes voltamos ao hábito de alugar uma casa à séria e a tenda ficou arrumada na prateleira da garagem… até este ano!
E aqui começa a minha aventura…
Devido a vários fatores, este ano fomos adiando a escolha do local para descansarmos uns dias e deu-se o caso de num jantar com os amigos com quem já tínhamos dividido a tenda, vir à conversa o plano de férias deles, ou seja, acampar. Conversa vai, conversa vem e quando dei por ela estávamos a combinar ir juntos!
Recolhemos informação sobre o parque escolhido, por isso sabíamos com o que contar e, de facto, desde uma ótima praia privada, piscina e espaços comerciais onde era possível abastecer-nos sem precisar sair do espaço, eram uma realidade...
Primeira noite…Acordo com o meu filho mais velho a dizer ao pai que ia à casa de banho. Perguntei-lhe as horas, percebi que me disse “seis”. Pensei…bem, está a amanhecer vou também, além de que aproveitaria a companhia dele.
Acontece que demorei a decidir-me e como não podia chama-lo para não incomodar os “vizinhos”, lá fui tranquilamente ziguezagueando entre as tendas, tendo as luzes dos balneários como guia… além de que, eram “seis” da manhã e estaria a amanhecer!
Entretanto desencontrei-me do meu filho, mas como havia outras pessoas (poucas) acordadas foi pacífico, além de que naquela zona do parque havia seguranças desde as vinte e uma até às sete horas da manhã.
À vinda… ora bem, à vinda, perdi-me! Com a iluminação da área dos balneários nas minhas costas tudo escurecia à minha frente e os candeeiros que rodeiam a área onde decidimos instalar-nos de pouca ajuda me serviam, além de que, até anoitecer várias tendas foram sendo instaladas. Por isso a visão que eu tinha durante o dia, sem que me apercebesse foi sendo alterada…
Resultado? O regresso foi feito a deambular por entre as tendas…Pois, seria cômico se não estivesse constantemente a esbarrar nos cães que dormiam sossegados … e eu tenho pavor de cães! Por sorte, apenas levantavam a cabeça e continuavam a dormir tipo “vê se desandas e me deixas dormir, pá!”
E quando começava a ponderar sentar-me até amanhecer (até porque não queria esbarrar em mais nenhum cão!) e afinal a toalha macia em que me tinha envolvido tapava-me o pijama e protegia-me do frio e eram “seis horas”… numa última tentativa olhei em volta, descobri a caixa de derivação de onde saia o fio que conduzia a luz que à noite nos iluminava e percebi onde estava, cheguei à tenda eram cinco e quarenta e cinco, o que significa que percebi mal o que o meu filho me disse! Não sei o tempo que andei às voltas, pareceu-me uma eternidade mas talvez não tivesse sido… Voltei a enfiar-me dentro do saco-cama e adormeci rapidamente.
Acordei com o arrulhar das rolas…tão bom. O sol que rompia por entre os pinheiros e o aroma a pinho a deliciar-me os sentidos!
E os dias passaram preguiçosamente... Durante o dia praia e piscina, à noite a animação diária do parque… Maravilha!
Mas o que me agradou imenso foi o silêncio que à noite envolvia todo o parque e permitia adormecer ao som das ondas do mar... Mágico! Não sei se fiquei fã, mas não me arrependi mesmo nada da opção escolhida.
Os Parques de Campismo podem ser uma ótima alternativa sim, quanto mais não seja, para variarmos no estilo de vida sedentário e citadino do resto do ano!
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