terça-feira, 9 de maio de 2017

MÃEEEE....

ELISABETE SALRETA
O dia da mãe foi ontem e eu lembro-me de tantas mães que existem no mundo animal em sofrimento. Mas não. Não é dessas que eu vou falar.

Vou falar das mães humanas que dão o seu amor e coração a animais adoptados bem pequeninhos e com os mesmos sofrimentos e necessidades que os bebés humanos. Necessitam de amor, calor e alimento. Por esta ordem. Sim, existe um estudo feito sobre isto.

Lembro-me da minha Blue Sofia que chegou cá a casa com um mês e quatro dias e que adormecia a meio de uma brincadeira ou de uma colher de leite. Ou do meu Óscar Miguel, um pouco mais velhinho mas muito traumatizado com a provação que tinha passado. E lembro-me de tantos outros bebés de quem cuidei durante a minha vida, pássaros na sua maioria, que caiam dos ninhos e que ficavam sempre junto de uma janela para se poderem juntar à família quando lhes fosse possível. Voltavam. Voltavam durante os primeiros tempos, sem chegar perto, só para cumprimentar e comer junto da pata Adelaide que vivia ao fundo do quintal.

E eles sabem quem cuida deles. A minha Blue quando tem aqueles taques de bipolaridade próprios dos gatos, pergunto porque faz mal à mãe. Ela para imediatamente e vem dar-me uma tolinha como se pedisse desculpa. Eles sabem e percebem o que somos para eles.

Lembro-me da patinha lá da quinta que após 2 anos decidiu por ovos. Os primeiros 5 tirei porque existe lá um ganso, mas não acho que a mistura seja possível. Depois nunca mais vi ovos dela. Um dia passei perto de umas prateleiras altas onde existem uns tijolos e lá estava ela a assinalar a sua presença. Deitadinha no choco, cheia de penas à volta. Não sei quantos ovos tem, mas permitiu que lhe acrescentasse 3 ovos de galinha. Assim, e dado que os dela não serão galados, terá uns bebés dela.

Por que mãe é isso. É quem cria, quem dá amor. Mesmo que os filhos não sejam dela. O mesmo acontece com as mães humanas de bebés animais. Muitas vezes criticadas por almas vãs, que não conseguem compreender que aquele ser foi um dia carente de amor e cuidados e existiu um coração que se compadeceu dele e o fez viver.

O que é isso senão o amor de uma mãe?

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