quinta-feira, 11 de maio de 2017

EM DIA DE ANIVERSÁRIO

ARTUR COIMBRA
Era uma vez Maio redondo, o ventre, a mãe

O poema que haveria de desabrochar

Para dizer de mim novos dias, novos anos

Ou apenas a Primavera que regressa no tempo certo

No bico dos melros, no perfume da luz

Um olhar de sol que escreve todas as papoilas

Ou laranjeiras apressadas por florir 

A lua esconde-se para deixar brilhar as guitarras

Que não se calam no fogo que atravessa as manhãs

E em Maio hei-de voltar para recuperar a voz

Que os barcos desataram por dentro de mim

10 de Maio de 2017 (aos 3x20+1 anos)

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