O presidente do eurogrupo, um dos conselhos mais importantes da União Europeia, veio a publico afirmar que os países do sul da Europa gastavam todo o seu dinheiro de forma irresponsável, nomeadamente em mulheres e álcool. Para os mais despercebidos, estas palavras constituem uma dura resposta, para àqueles que anseiam por uma renegociação das dívidas públicas, com especial destaque para vários grupos de economistas e para alguns políticos que nos últimos meses têm procurado introduzir o debate “em cima da mesa”, com a ajuda dos relatórios do FMI. Como é certo e sabido, o presidente do eurogrupo é apenas o porta-voz das nações mais poderosas da união europeia, expressando as suas orientações políticas e económicas, sob a forma de constantes alertas à “navegação”.
Por outro lado e bem mais grave é o facto do discurso de Jeroen Dijsselbloem reflectir uma perspectiva e sobretudo uma postura chauvinista característica de grande parte do eleitorado dos países do centro e norte da europa, relativamente às economias do sul. Assim sendo, a questão que se coloca passa por perceber como é que integrando uma moeda única, com objectivos e projectos comuns, exista tamanho desconhecimento, incompreensão e antagonismo entre povos, que deveriam estar unidos na prossecução dos paradigmas comunitários fundamentais, ou seja, paz, prosperidade e harmonia.
Numa altura, em que vários movimentos xenófobos e anti-união europeia crescem por toda a europa, este discurso vem apenas contribuir para a desfragmentação de um projecto com mais de 50 anos, que para todos os efeitos, ajudou a desenvolver e retirar da pobreza milhões de indivíduos.
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