quarta-feira, 1 de março de 2017

ESTABILIDADE EMOCIONAL

MÁRCIA PINTO
"A criança, além da inteligência cognitiva para aprender, necessita da inteligência emocional para lidar com esse QI e ser equilibrada e feliz.”

A escola está muito preocupada em ensinar a pensar, mas aprender a sentir é algo que parece totalmente esquecido. É como se fosse algo que cada um devesse aprender a fazer sozinho, mas não é uma competência inata.

Este é um dos problemas da educação atual, uma vez que esquecemos que o objetivo principal da educação é favorecer o desenvolvimento integral das crianças e jovens, e, portanto, a educação deveria contemplar todas as dimensões do indivíduo: cognitiva, físico-motora, psicológica, social e socio-afetiva. 

Nas crianças o desenvolvimento socio-afetivo refere-se principalmente à capacidade de reconhecer e expressar emoções e sentimentos. Neste sentido, é necessário proporcionar atividades que permitam à criança a interação com as pessoas que a rodeiam para que possa socializar, estabelecer vínculos afetivos, expressar as suas emoções e conseguir a estabilidade emocional que precisa. 

Deste modo, as regras também são importantes para manter essa estabilidade, elas ensinam as crianças o que podem ou não fazer. Também é importante dar-lhes deveres e ensinar-lhes quais os seus direitos. Reagir mal ou fazer birra quando as coisas não acontecem como elas querem ou quando não ganham o que querem, é um fator marcante de instabilidade. 

Desta forma, é importante que as crianças percebam que têm que ter limites e os pais devem ser os modelos quando se trata de ensinar as crianças a cumprir as regras e deveres. Por exemplo, se elas não podem faltar à escola para ficarem a ver televisão ou a brincar em casa, os pais também não podem inventar uma desculpa para faltar no trabalho.

Os pais também têm que perceber que as crianças sentem quando as coisas não estão bem, por isso, disfarçar ou mentir a respeito de uma situação não vai ajudá-las. Doenças, frustrações ou mesmo em caso de luto, a criança deve ser incluída em tudo e os pais devem explicar, tendo em atenção a capacidade de compreensão dos pequenos, o que está a acontecer. Não devemos ter tanto receio de desiludir ou deixar a criança chateada, é preciso, no entanto, que ela sinta que os pais estão ali para ampará-la e que continuarão a garantir o bom funcionamento da rotina, para que ela se sinta segura e saiba reagir bem, às adversidades que possam surgir.

É importante ensinar às crianças que elas precisam aprender a lidar com cada coisa que sentem, aceitando e entendendo cada um daqueles sentimentos, sejam eles bons ou maus. Assim, conhecendo os seus pontos mais fortes e aqueles em que têm mais dificuldades, elas vão adquirir confiança para enfrentar as mais diversas situações, mesmo as mais negativas e que as podem colocar em mais stress.

Em suma, converse com os seus filhos e esclareça tudo o que estiver a acontecer. Seja sincera sobre os problemas que a família possa estar a passar e deste modo, torne-se a melhor amiga da criança. Deste modo, ela dividirá consigo todas as suas angústias e medos e assim poderá ajudá-la a lidar com as dificuldades, dando força, segurança e amor nas alturas mais difíceis.

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