PAULO SANTOS SILVA |
Corria o ano de 1948, faz hoje precisamente 69 anos, quando nasceu em Londres um dos mais importantes compositores de música para teatro – Andrew Lloyd Webber.
Não sendo uma opinião consensual, visto que muitos consideram a sua obra demasiado comercial, é inegável que Lloyd Webber já conquistou um lugar de destaque no panorama musical, mais que não fosse pelo impulso que deu ao que atualmente se denomina de teatro musical ou, de forma mais simplista, musicais.
Nascido no seio de uma família de músicos (o pai foi compositor, a mãe professora de piano e o irmão mais novo violoncelista), Andrew enveredou pela composição sendo o responsável por muitos dos espetáculos que se mantêm ainda hoje em cena (alguns há mais de 20 anos…) na Brodway (Nova York) e no West End (Londres). Certamente que ninguém acreditará que se mantêm e com casas cheias, apesar de não terem qualidade…
São várias as obras de Lloyd Webber que atingiram grande notoriedade. Umas pela novidade, outras pela espetacularidade e outras até, pela controvérsia. Neste último grupo, destaca-se Jesus Christ Superstar, um musical em forma de ópera-rock, com libreto e letras de Tim Rice, companheiro de várias aventuras. Embora tenha sido apresentado em 1970, como um álbum conceptual em cuja história se destaca as lutas políticas e pessoais de Judas Iscariotes e Jesus, o sucesso que alcançou obrigou a que fosse encenado para a Broadway em 1971 e desde então tem sido apresentado em todo mundo. A ação decorre, na maior parte, conforme a descrição que consta na Bíblia, sobre a última semana da vida de Jesus, começando com a chegada a Jerusalém e terminando com a Crucificação. Em toda a obra, transpira uma atitude moderna, recorrendo amiúde à utilização da gíria nas letras e alusões irónicas ao contexto de vida do momento em que foi criada, ao mesmo tempo que uma visão algo política dos acontecimentos, aparece retratada. Grande parte da trama é focada na personagem de Judas, concedendo-lhe uma importância que talvez não lhe seja atribuída na Bíblia. Entre outros aspetos, terá sido esta opção que terá provocado grande parte da controvérsia que a obra causou, ao ponto de ter sido condenada por vários grupos religiosos. Já agora e a título de curiosidade, no álbum original, a personagem de Jesus foi interpretada por Ian Gillan, à data o vocalista dos Deep Purple (Smoke On The Water…) e que mais tarde colaborou com os Black Sabbath!... Quem diria!...
De entre as outras obras de Andrew Lloyd Webber a merecerem destaque, encontramos José e O Deslumbrante Manto de Mil Cores (mais uma incursão pelos textos bíblicos), Evita (onde se conta a história da grande heroína do povo argentino, Eva Perón), Cats (uma história construída a partir de vários poemas do escritor T. S. Eliot sobre gatos) ou O Fantasma da Ópera (baseado no romance homónimo do escritor Gaston Leroux). O seu projeto mais recente, consiste na adaptação de um filme de 2003, denominado de School of Rock.
A sua obra, granjeou-lhe um enorme reconhecimento pessoal, ao ponto de em 1992 a Rainha de Inglaterra lhe ter atribuído o grau de cavaleiro, passando a ser chamado de Sir Andrew Lloyd Webber. Cinco anos mais tarde, foi-lhe concedida nova honraria. Foi nomeado Barão Lloyd Webber de Sydmonton, no Hampshire.
Os prémios que os seus espetáculos e as suas músicas ganharam, foram inúmeros. Destacar uma das suas canções, não é tarefa fácil. Ainda assim, deixo-lhe como sugestão, a única canção de Lloyd Webber que ganhou um Oscar de Melhor Canção – You Must Love Me do filme Evita, interpretada por Madonna e que arrebatou o prémio em 1997.
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