terça-feira, 28 de março de 2017

PROFISSÕES E ESCOLA DO FUTURO

RUI CANOSSA
Li em tempos algo como “as escolas têm de preparar jovens para profissões que ainda não existem”. Este pensamento tem todo o cabimento e exige uma reflexão aprofundada.

A educação, como aliás todas as áreas da nossa sociedade, vive momentos conturbados e de profunda reestruturação. As metodologias educativas, as novas tecnologias, as condições de sala de aula e de espaços comuns são essenciais, mas mais importante do que isso está a motivação da classe educativa. Desde professores a pessoal auxiliar todos deviam estar motivados para estas mudanças e estar atentos aos jovens, à forma como eles encaram o dia-a-dia académico e o futuro profissional.

Os alunos não estão à margem das preocupações sociais dos adultos, eles sabem que o mercado de trabalho está difícil, que as condições atuais e futuras da nossa sociedade não são/serão fáceis. Por isso, os professores deveriam encarar o contexto de sala de aula como a melhor forma de preparar estes jovens para o futuro. Porque a nossa educação, as nossas escolas têm de preparar hoje os jovens para profissões que ainda não existem… as tecnologias, a era digital move-se a uma velocidade atroz e a forma de estarmos hoje será seguramente diferente amanhã. A indústria, os serviços e todos os sectores da economia têm necessidades laborais diferentes todos os dias. A educação e a economia deviam estar em sintonia.

A educação devia auscultar de perto as necessidades do mercado de trabalho e ajustar-se. Só assim conseguiremos preparar os jovens para o futuro. Prepará-los para o que realmente será necessário. Estamos perante a evolução do ecossistema de ensino que cada vez mais exige a antecipação das necessidades futuras e uma abordagem “hands-on”. Daí eu acreditar imenso na liberdade de ensinar e aprender, na autonomia das escolas, como é o caso dos cursos de planos próprios científico-tecnológicos de dupla certificação que o Colégio de S. Gonçalo em Amarante proporciona, onde aliás trabalho há 22 anos, com conhecimento de causa.

Daquilo que vou lendo sobre o assunto, destaco as competências do século XXI do relatório do Fórum Económico Mundial. Neste relatório as competências são agrupadas em três grupos: no quotidiano, para resolver problemas complexos e para uma adaptação ao ambiente. Assim, das competências para o quotidiano destacam-se a literacia, a matemática e aritmética, literacia científica, literacia financeira, cívica e cultural. Para resolver problemas complexos temos o pensamento crítico, a criatividade, a comunicação e a capacidade de colaboração. No que concerne à adaptação ao ambiente, são competências a curiosidade, a iniciativa, persistência, flexibilidade, liderança e sensibilidade cultural.

Quanto às profissões, o leitor encontrará, numa pequena pesquisa na internet, imensas, mas eu refiro apenas algumas, como designer de personalidades ligada à inteligência artificial, artesãos de automóveis, cultivador de órgãos, coach, assessor de moeda digital de operações financeiras e de negócios, gestão, inovador de recursos humanos, analista de dados, designer de experiência, tradutor de realidade, profissional de bioética, entre tantos outros.

Não se esqueça, o futuro começa agora…

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