MIGUEL TEIXEIRA |
"Debater ideias faz com que o cérebro fique mais "aguçado" e desenvolvido, aumenta a capacidade de argumentação, raciocínio e abre novos horizontes. A cultura e inteligência estão diretamente relacionadas com a capacidade de compreensão do mundo e dos processos que nele ocorrem. O que não é permitido e na minha opinião é uma prova de ignorância é alguém se expressar insultando ou diminuindo a opinião dos outros e muito menos fazendo ataques pessoais. Se alguém tem uma opinião e não a consegue justificar com argumentos válidos o melhor é permanecer calado. Se alguém está com vontade de insultar alguém. o melhor é ir para a frente do espelho"
No passado Sábado , pelas 3 horas da madrugada no rescaldo das eleições do Sporting, o país que estava "acordado" assistiu "atónito" ao discurso de vitória de um Presidente que tinha acabado de ser sufragado por 86% dos associados desta nobre instituição.
O que deveria ser um discurso de união e mobilização interna, transformou-se num vil e inaceitável insulto a todos os adeptos de futebol que não são do Sporting. O "Bardamerda" para todos aqueles que não são do Sporting" tornou-se viral às primeiras horas de domingo e diz tudo sobre a tolerância, o respeito pela diferença e diversidade, bem como, sobre a cultura desportiva do Presidente de uma das maiores instituições nacionais.
Já ontem, o Professor Universitário Jaime Nogueira Pinto, terá sido ameaçado e insultado quando se preparava para proferir uma conferência sobre o Brexit, Trump e Le Pen na Universidade Nova de Lisboa, o que terá conduzido ao cancelamento da iniciativa. Estou nos antípodas do pensamento político e posicionamento ideológico do Professor Jaime Nogueira Pinto. Mas não é aceitável numa democracia que estudantes de uma qualquer universidade boicotem o direito à palavra e ameacem a integridade física do palestrante, só porque defende e exprime ideias que eventualmente não gostamos. É isto que mata a democracia e infelizmente nas nossas universidades há muitos jovens com atitudes de intolerância e que pensam com "os intestinos", fazendo o sistema democrático parecer uma "anedota".
Bem isto a propósito das fronteiras entre a liberdade de expressão e a falta de educação.
Hoje em dia, a Internet e o direito à liberdade de expressão que vigora na maioria dos países, permitem que qualquer pessoa possa expressar a sua opinião, divulgar informação, promover os seus produtos e muitos conseguem até gerar novas modas. Possibilita também que essa opinião seja lida por milhares de pessoas em diferentes partes do mundo. Há quem dê a sua opinião num blogue próprio, na sua página de facebook, quem comente nos "blogues" de outras pessoas ou na imensidão de websites disponíveis. A quantidade de informação disponível é tanta que não temos "cérebro" para processar tudo o que vemos por aí diariamente. Igualmente "vastas" são as opiniões que se geram com toda essa informação. A regra de ouro: saber distinguir entre má educação e liberdade de expressão. Cada um é livre de dizer o que bem entende, desde que o faça com respeito, porque a nossa liberdade termina onde começa a do próximo.
Debater ideias faz com que o cérebro fique mais "aguçado" e desenvolvido, aumenta a capacidade de argumentação, raciocínio e abre novos horizontes. A cultura e inteligência estão diretamente relacionadas com a capacidade de compreensão do mundo e dos processos que nele ocorrem. O que não é permitido e na minha opinião é uma prova de ignorância é alguém se expressar insultando ou diminuindo a opinião dos outros e muito menos fazendo ataques pessoais. Se alguém tem uma opinião e não a consegue justificar com argumentos válidos o melhor é permanecer calado. Se alguém está com vontade de insultar alguém o melhor é ir para a frente do espelho.
Voltando aos casos Bruno de Carvalho e Jaime Nogueira Pinto que na sua forma estão relacionados , pois o insulto será sempre uma tentativa de limitar e condicionar a liberdade dos outros só me ocorre que falta mais Educação para a Cidadania nas nossas escolas que formem as novas gerações para o pluralismo e convivência democrática e conhecimento histórico e filosófico dos ideais da revolução francesa. Como diria Voltaire, "posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até à morte o seu direito de dizê-la".
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