segunda-feira, 27 de março de 2017

O FLAGELO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

RITA TEIXEIRA
Continuando a ouvir diariamente nos canais televisivos, notícias sobre a violência doméstica, regresso à crónica, onde dera a conhecer o testemunho de uma vítima da mesma, às mãos de um ex-marido déspota e cruel.. Na semana passada, o país ficou em choque, ao serem noticiados nas redes sociais, os crimes em que um suicida matara quatro pessoas, tendo como motivo, imagine-se só, a vingança. 

Se todos nós agíssemos com a mesma crueldade, perante as amarguras infligidas, pelas mãos de outros, Portugal estaria no topo dos países com as paisagens mais ensanguentadas do planeta! Estas pessoas, que vivem com receio das ameaças de morte, desconhecem uma Vida com paz! Estas pessoas, que vivem sob uma crueldade constante, desconhecem uma vida plena de felicidade. De quem será a culpa? 

De quem será a responsabilidade? 

A quem atribuir o estado turbulento em que vivem estas pessoas? 

Certamente todos estão a pensar o mesmo: justiça portuguesa! O testemunho da vítima que dera a conhecer numa crónica anterior, continua, nesta mesma crónica. Apesar das declarações feitas na G.N.R local, tudo culminou no tribunal, num julgamento em que a vítima, já não bastasse a violência de que fora vítima, ainda teve que custear as despesas do tribunal e dos advogados! Como o seu vencimento não é suficiente para uma vida normal, viu que não podia arcar com as despesas do tribunal, tendo que desistir do processo de violência doméstica. 

Aqui, entra, mais uma vez, a justiça portuguesa. Bárbara Guimarães, figura pública, teve direito a uma indemnização, esta vítima, funcionária pública, teve direito a uma vida com violência doméstica. Como se não bastasse o ex-marido habita um anexo junto à sua casa. 

Como é possível viverem tão perto, sem nenhuma proteção?

Como é possível viver o dia a dia, sabendo que não tem direito a qualquer apoio policial? Como será viver em sobressaltos, com medo de voltar a sofrer novas represálias do ex-marido? Ah! Como a lei é a mesma e aplicada ao gosto de cada juiz. 

Estas pessoas são vítimas de violência doméstica, mas, acima de tudo, são vítimas da justiça portuguesa!

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