PAULO VIEIRA DA SILVA |
Tenho raízes familiares em Alijó onde nasceu a minha avó materna e a minha mãe. Para além disto estudei em Vila Real, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Por isso as longas e perigosas viagens entre o Porto, Vila Real e Alijó foram uma constante na minha vida. Desde o tempo da velhinha e tortuosa estrada do Marão até mais tarde com a construção do IP4. Viagens longas e difíceis, mas tempos irrepetíveis, que deixam saudades, onde fiz amigos para a Vida.
Hoje quebra-se a barreira mítica entre o litoral e o interior. Por isso será um dia inesquecível para as gentes de Trás-os-Montes, nomeadamente para Vila Real, que vê concretizada com a inauguração do túnel do Marão um dos seus maiores sonhos. Uma inauguração com mais de 25 anos de atraso.
Infelizmente durante estas décadas perderam-se mais de uma centena de vidas em acidentes de viação destruindo-se muitas famílias e sonhos mas também muitas oportunidades face às políticas de investimento público desequilibradas que acentuaram as assimetrias entre o litoral e o interior do País.
A prova destas políticas sectárias são as diversas autoestradas inexplicavelmente construídas que continuam às “ moscas “ para não falar de muitas obras megalómanas, sem qualquer utilidade, espalhadas de norte a sul de Portugal, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira que custaram centenas de milhões de euros e continuam a onerar o Estado em muitos milhões de euros em manutenção. Algumas ficavam muito mais baratas ao erário público se fossem rapidamente demolidas.
A importância da inauguração do túnel do Marão só é verdadeiramente compreendida por aqueles que conhecem e sentiram, durante décadas, a enorme desconsideração política com que foi tratada a região de Trás-os-Montes pelos sucessivos governos.
Esta obra vai terminar com as longas filas de trânsito, a segurança dos utilizadores vai aumentar exponencialmente, poupando-se muitas vidas, com a diminuição dos efeitos do nevoeiro, da neve e do gelo. Os automobilistas poderão poupar entre 20 a 45 minutos na viagem entre o Porto e Vila Real. O Porto vai ficar agora a cerca de 40 minutos de Vila Real, a capital do Douro.
Estamos agora perante uma nova realidade. Um novo tempo. Agora é a hora dos autarcas terem a capacidade política de saberem aproveitar esta oportunidade afirmando esta região no plano politico e económico nacional.
Mas este é o momento de fazer uma declaração de interesses. Sou amigo pessoal do Eng. Rui Santos, actual presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Conhecemo-nos há 25 anos. No tempo em que ambos fomos dirigentes na Associação Académica da UTAD, sendo ele o Presidente de uma Direcção que deixou marcas para sempre na história da Academia. Ficamos amigos para sempre. Era bem patente, já nessa altura, o seu gosto pelo serviço em prol do seu próximo e o seu amor incondicional a Vila Real. Hoje continua o mesmo, simples, humilde, dedicado e empenhado na defesa da causa pública. Um exemplo a seguir!
É público que sou militante do PSD mas, na última campanha autárquica, afirmei publicamente que se votasse em Vila Real votaria convictamente no Rui Santos. E digo mais, se pudesse votar nas próximas autárquicas em Vila Real, voltaria a votar convictamente no Rui Santos.
Esta é uma oportunidade de ouro mas também um grande desafio para Vila Real que tem agora um novo autarca a dirigir os seus destinos que teve o mérito de, em pouco mais de dois anos ter virado, no bom sentido da expressão, o Município de “ pernas para o ar ”.
O Presidente da Câmara de Vila Real, o Engenheiro Rui Santos, devolveu o orgulho aos vilarealenses. Tem demonstrado na sua acção politica dedicação, empenho e uma visão estratégica de futuro apenas ao alcance dos políticos com qualidade que estão na vida pública para servir com paixão a sua terra, os seus concidadãos e o seu País.
O Eng. Rui Santos trouxe de volta as míticas corridas de Vila Real. Colocou Vila Real no mapa do País e do Mundo. Mas resumir o seu excelente trabalho autárquico às corridas é de uma injustiça atroz.
Hoje Vila Real é mais cultura, é mais desporto, é mais ciência e conhecimento, é mais inovação, é mais investimento, é mais emprego, é mais desenvolvimento sustentado. É clara e assumidamente a capital do Douro.
Estou convicto que o Rui com a sua capacidade de diálogo, trabalho, imaginação e inteligência saberá agarrar esta oportunidade da aproximação do interior ao litoral em favor de um futuro melhor para Vila Real e para as suas gentes.
E Vila Real será muito mais ainda!
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