JOÃO BRANCO |
Muito se tem dito, ultimamente, acerca da nova localização de um festival de música à porta de uma Reserva Natural. Mas, lamentavelmente, a questão mais badalada está longe daquele que deveria ser o verdadeiro cerne da questão. Ao invés de se pregar o carácter especial desta reserva por representar local de paragem e nidificação para diversas espécies de aves, por lá passarem anualmente mais de 220 espécies de aves, por vir a registrar cada vez mais visitas de novas espécies e por ser um local reconhecido internacionalmente e localmente por observadores de aves, tem-se vindo antes a pregar a falta de idoneidade de associações, movimentos e cidadãos que apenas se insurgem em prol da conservação destes valores.
Seria um tremendo deleite assistir à defesa e valorização desta peculiar amostra do nosso património natural por parte da administração central e local, seria igualmente um tremendo deleite assistir a um diálogo construtivo e a uma atitude de receptividade por parte da mesma administração, assim como seria um tremendo deleite poder reconhecer nesta administração uma atitude de humildade e redenção perante uma desastrosa decisão que até o mais leigo dos cidadãos pode discernir como tal.
Ao invés disso, temos assistido a um fomento de quezílias, que independentemente de estarem, ou não, cobertas dos mais válidos fundamentos, nada têm a ver com a conservação da reserva e mais parecem representar uma cortina de fumo criada intencionalmente para desviar as atenções da verdadeira questão.
Este tipo de política, definitivamente, confrange-me…
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