JOÃO MONTEIRO LIMA |
Antecipando
um verão que não sei quando chegará, escrevo a pensar nos incêndios florestais
que todos os anos assolam o País no Verão e que reduzem a cinza muitos milhares
de hectares de floresta, que matam muitos milhares de animais, destroem casas, levam
tantas mulheres e homens (os bombeiros) à exaustão, quando não lhes rouba a
vida.
Não
tenho a solução para acabar com este problema, mas penso que se todos
reflectirmos poderemos contribuir para, pelo menos, reduzir a dimensão da
catástrofe e simultaneamente transmitir a nossa gratidão a quem está sempre
pronta a dar a vida por nós.
Se
da parte dos Bombeiros o trabalho é feito ao longo do ano, com formações, com
melhores equipamentos de protecção, com a aposta em melhores viaturas, da nossa
parte, da parte da sociedade penso que muito há ainda para fazer.
É
fácil de perceber que há que apostar na prevenção (através da limpeza dos
terrenos), na denúncia de situações potencialmente perigosas e potenciadoras de
incêndio, existindo, no entanto outras duas formas de ajudar e que muitas vezes
a sociedade não lhes dá importância que deveria. Refiro-me por um lado, à valorização
do papel do Bombeiro na sociedade e por
outro, à necessidade de exigir ao Estado que conceda aos Bombeiros diversos
benefícios, a começar, por exemplo, pela retribuição monetária que é paga aos
Bombeiros que fazem parte das equipas de combate aos incêndios.
É inquestionável
que os bombeiros que integram as equipas de combate a incêndio são muito mal
pagos face aos riscos que correm. Um exemplo - nenhum de nós, que não bombeiro,
está disposto a combater incêndios durante 24horas e depois receber apenas
cerca de € 45, mas é isto que acontece actualmente. O problema não é de agora,
mas arrasta-se ao longo dos anos, sem que as sucessivas tutelas tenham a
coragem de alterar o valor, explicando (se necessário) o porquê de subir ao
valor a pagar.
Mas
nós, enquanto sociedade, temos o dever de valorizar o papel do bombeiro,
reconhecer a acção dos Bombeiros que apenas se alicerça na vontade de “fazer o
bem sem olhar a quem” e demonstrar-lhes a nossa gratidão. Com acções, públicas
ou privadas, através das quais eles percebam que nós lhes estamos gratos por
tudo o que nos fazem.
Já
repararam que a maioria da sociedade só se lembra dos Bombeiros quando precisa
deles? E ainda há alguns que apenas sabem dizer mal dos bombeiros?
Eu
não. Eu lembro-me dos bombeiros todos os dias. Eu gosto dos Bombeiros.
Deixo-vos
um desafio - Vamos mostrar que gostamos dos bombeiros. Alinham?
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